CAMINHOS SINGELOS

Caminhos Singelos | Capítulo 35 [ÚLTIMO CAPÍTULO]

Plano Celestial

Miguel – É a sua missão, Pedro. Chegou a hora de decidir: Quer que Marina sobreviva e teça uma história de amor ao lado de Thiago ou prefere reencontrá-la aqui e poder cuidar dela você mesmo?

Pedro – Eu tenho que decidir agora?

Miguel – Se ela for viver, sim. A cada fração de segundo a saúde dela piora.

Pedro – Eu já tomei uma decisão.

Miguel – Qual é?

João Pessoa – Hospital Santa Luzia – Quarto de Marina

Depois que Andressa e Creusa puderam ver Marina na parte da manhã, Thiago pudera vê-la somente durante a tarde.

Thiago (EMOCIONADO) – Eu sei que você já passou por isso tudo, mas eu não vou saber o que fazer da minha vida se você não resistir. Logo quando eu pensava estar voltando a ser feliz, isso acontece.

Thiago apertou a mão dela.

Thiago – Eu te amo, Marina. Para todo o sempre, eu te amo.

O aparelho que monitorava os sinais vitais de Marina começou a detectar uma linha reta e a apitar. De súbito vários médicos entraram na sala e afastaram um Thiago estatelado do corpo. Eles usaram a técnica de reanimação nela, mas a linha continuava reta.

Plano Celestial

Miguel – Pedro, você está certo que é essa sua decisão?

Pedro – Sim.

Miguel – Então, que por toda luz que há no mundo, pela bondade que ainda há no ser humano, faça-se o seu desejo.

João Pessoa – Hospital Santa Luzia – Quarto de Marina

Os médicos foram persistentes e após várias tentativas conseguiram reanimá-la. O coração voltou a bombear sangue, o pulmão a receber o oxigênio, os rins a filtrar o sangue e todo o organismo estava novamente nos eixos agora.

Thiago – Ela tá viva?

Médico – Sim, mas foi por um milagre.

Thiago – Obrigado, Senhor!

Segunda-feira, as pessoas retomam suas rotinas nas cidades brasileiras. No aeroporto de Recife a movimentação também é agitada e alguns voos já estão de saída.

Creusa deixava Andressa no aeroporto para que ela voltasse ao Rio de Janeiro, contudo desta vez ela ia acompanhada.

Creusa – Seu voo já foi chamado, filha.

Andressa – Tchau, mãe.

Andressa abraçou a mãe.

Creusa – Deus te abençoe.

Rodrigo deu o braço a Andressa e os dois entraram juntos na sala de embarque.

Andressa – Cadê a Carolina? Eu não a vi o final de semana inteiro.

Rodrigo – Aquela ali quando resolve sumir, só o FBI pra achar. Mas o importante é que eu estou aqui com você, lá no Rio a gente esbarra nela.

Os dois se beijaram.

Fernando de Noronha – Hotel Luxus – Suíte das mil e uma noites

Carolina estava parcialmente nua na cama. Só não estava por completo, pois havia alguns doces espalhados em pontos específicos do corpo.

Marcelo – Não vale se mexer.

Carolina – Aí vai depender de você.

Marcelo foi adentrando calmamente na cama para não movimentar o corpo de Carolina e os doces caírem. Ele foi comendo um de cada vez, até chegar o que estava em cima dos lábios. Carolina se entregou ao beijo e deixou por enlaçar os dois corpos.

 

João Pessoa – Escola Machado de Assis

Otávio esperara o sinal bater para chamar Paulo e Maysa. Os três juntos, sentaram-se a um canto no jardim e Otávio falou o que sentia.

Otávio – Maysa, um final de semana inteiro já passou. Acho melhor você dizer logo com quem vai ficar. Se for o Paulo, eu vou entender.

Paulo – E se você escolher o Otávio, nós ainda vamos poder ser amigos.

Maysa – Eu não sei. Não dá pra escolher, só tenho dez anos. Não estou preparada para namorar ninguém.

Otávio – Mas eu tenho certeza que gosto de você!

Paulo – Acho melhor sermos nós três amigos, assim, quem sabe a Maysa não faz essa escolha depois, quando já for mais velha.

Maysa – É. É melhor.

Otávio – Amigos, então?

Otávio estendeu a mão e Paulo colocou-a por cima da dele, Maysa colocou por cima da de Paulo, Otávio sobre a de Maysa e Paulo sobre a de Otávio. Juntos eles jogaram os braços para o alto e gritara.

TODOS – AMIGOS!

João Pessoa – Apartamento de Thiago

Thiago estacionava o carro na garagem do edifício. Ele descera do automóvel e fora a outra porta para pegar Marina.

Thiago – Chegamos.

Marina – Ainda bem.

Ele a tirou do banco e a colocou nos braços.

Marina – Não precisa fazer isso.

Thiago – E se eu quiser?

Marina – Eu vou dizer que te amo.

Thiago – E eu vou reafirmar pela milésima vez que você é a mulher da minha vida.

Ele a beijou com a mesma em seus braços.

 

João Pessoa – Clínica Santa Clara

Era dia de terapia coletiva na Clínica Santa Clara, todos os pacientes se reuniram diante de um circulo nos jardins do lugar. Havia apenas uma médica ali, mas até ela própria contaria uma experiência de sua vida. Quem falava, naquele momento, era uma mulher chamada Helena.

Helena – Eu vivia um casamento perfeito, aos meus olhos, meu marido era tudo o que papai sempre sonhou para mim, mas aos poucos eu fui descobrindo os envolvimentos dele. Ele se insinuava para as empregadas, as babás dos meus filhos. Até que eu cheguei em casa mais cedo depois de um dia de trabalho e o encontrei na cama com a babá da época. Nossa, eu fique possessa, comecei a quebrar tudo, quase matei os dois. Por muitos dias eu fiquei trancada dentro do meu quarto, sem comer, sem dormir, chorando, ele me deixara acaba. Entrei em depressão, meus irmãos resolveram então me internar aqui e eu posso sentir que a cada dia que se passa eu vou ficando melhor.

Pela ordem, depois da história de Helena, era a vez de Clarisse partilhar uma experiência. Ela respirou fundo e começou a contar:

Clarisse – Eu ainda era criança, tinha só doze anos. Minha mãe fora visitar minha avó que estava doente e levara meus dois irmãos que eram menores. Eu fiquei com meu pai, mamãe havia prometido que só ficaria alguns dias, mas depois minha avó acabou falecendo e ela permaneceu por lá durante um mês e meio. Com meu pai, eu vivi um inferno. Ele não me deixava ir a escola, obrigava-me a cozinhar, arrumar toda a casa e depois ele me batia. Batia só por bater, por ter perdido dinheiro, por minha mãe não voltar, ele descontava tudo em mim. Acho que foi aí que eu comecei a alimentar tanto ódio em meu coração.

Plano Celestial

Pedro contemplava o jardim que conseguira plantar, com flores de diversas formas, de diversas cores, era uma beleza realmente vistosa, um colírio.

Miguel – Vejo que cuidou muito bem dessa terra.

Pedro – É muito bom olhar por nosso trabalho assim, pronto.

Miguel – Lembra que assim que você chegou eu falei que antes de reencarnar nós tínhamos de cumprir uma missão?

Pedro – Sim.

Miguel – Você cumpriu a sua naquele dia em que não foi egoísta, deixou que Marina seguisse o rumo dela. Deixou-a viver mais.

Pedro – Para mim, o sentido do amor é colocar a felicidade da pessoa amada a cima da sua. E eu tenho certeza que Marina não seria feliz sem antes viver sua história de amor ao lado de Thiago.

Miguel – Então, você já está pronto para reencarnar.

Pedro – Mas assim? Sem me preparar?

Miguel – Acredite, você já passou por demasiadas provações. Siga-me ao ministério do renascimento.

Os dois caminharam juntos pela cidade até a grande luz, onde, quando as pessoas entravam, tinham a oportunidade de voltar a Terra e recomeçar uma nova vida. Pedro deixou-se hipnotizar pelo brilho e absolvido foi por aquela fonte de energia.

Mais tarde, em alguma locação no continente africano, uma criança nascia para levar esperança àquele solo.

 

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Caminhos Singelos | Capítulo 34 [PENÚLTIMO CAPÍTULO]

João Pessoa – Hospital Santa Luzia – Quarto de Marina

Thiago entrou no quarto e se deparou com Clarisse pressionando um travesseiro contra o rosto de Marina, tentando matá-la.

Thiago – Clarisse, para com isso!

Clarisse olhou para traz e soltou o travesseiro.

Clarisse – O que você tá fazendo aqui? Não era pra você estar aqui. Era para você vê-la morta.

Thiago – Você tá louca? Eu a amo.

Clarisse – Então me coloca na cadeia logo e viva com ela o seu “felizes para sempre”.

Thiago – Eu não vou te colocar na cadeia por que você é a mãe do meu filho, mas você vai me acompanhar para um lugar.

Thiago a pegou pelo braço e saiu arrastando-a para seu carro.

João Pessoa – Escola Machado de Assis

Otávio fora alegre à escola, na esperança de encontrar Maysa, porém não a encontrou em nenhum lugar, não estava, no pátio, nem na sala de aula. Resolver esperar para ver se ela chegaria, mas passaram-se todas as aulas antes do recreio e ela não fora.

Otávio (PENSANDO) – Já sei, vou à diretoria.

Dito e feito, ele fora conversar com a diretora.

Diretora – Olá, Otávio.

Otávio – Eu queria saber por que a Maysa não veio hoje,

Diretora – Você não soube? A mãe dela a tirou da escola.

Otávio – O quê?

Diretora – Isso mesmo, ela já pediu transferência, falta só o documento sair.

Otávio – Não pode ser. Isso não pode ser!

João Pessoa – Hospital Santa Luzia – Recepção

Andressa chegara ao hospital sozinha e se espantara ao ver que Thiago e Clarisse não estava lá. Ela se direciona para a recepção.

Andressa – Moça, você sabe onde está o casal que esperava aqui pela paciente Marina Lima e Silva?

Recepcionista – Eles acabaram de sair.

Andressa – Que estranho…

Ela voltara para a espera e permanecera sentada até sua mãe chegar ao local.

Creusa – Onde está minha filha?

Andressa – Bom dia.

Creusa – Bom, as onde está minha filha?

Andressa – Ela tá bem, eu é que to mau.

Creusa – Você tá aí, vivinha.

Andressa – Por dentro eu não to. To muito é morta.

Creusa – Sem dramas pro meu lado.

Andressa – Me perdoa, mãe. Me perdoa se eu fiz algo errado, mas foi o caminho que eu achei para mim.

Creusa – Eu não consigo te perdoar. Não sei se conseguiria carregar esse peso, essa vergonha, essa desgraça.

Andressa – Não é nenhuma desgraça, eu tenho um trabalho digno como qualquer outro, tenho uma empresa, eu produzo filmes adultos, vendo-os e me sustento. Não to fazendo nada ilegal.

Creusa – Tantas áreas… você é tão inteligente…

Andressa – Mãe, sabe quanto eu recebo por mês?

Creusa – Quanto?

Andressa – 5 dígitos.

Creusa arregalou os olhos.

João Pessoa – Clínica Santa Clara

Thiago levara Clarisse para um clinica psiquiátrica numa área um pouco afastada da cidade.

Clarisse – Você vai me internar? Numa clínica para loucos?

Thiago – Qualquer pessoa que tente matar um ser humano só tem duas saídas: a prisão ou o tratamento.

Clarisse – Não me deixe sozinha aqui, eu prometo que paro com isso, eu prometo.

Thiago – Parar de quê? De matar? Eu não vou deixar meu filho ser criado por uma desequilibrada.

Clarisse – Não me deixe aqui, Thiago, por favor! NÃO ME DEIXE!

Os enfermeiros viram a agitação de Clarisse e começaram a levá-la a força. Uma médica foi falar com Thiago.

Médica – Você tem certeza que deseja fazer isso?

Thiago – Infelizmente, tenho.

Médica – Você deve saber que se for constatado que ela não possui nenhum transtorno ou desvio nós a daremos alta.

Thiago – Eu tenho consciência disso.

Médica – Então, passar bem.

Recife – Trabalho de Marcelo

Marcelo fazia alguns balanços financeiros quando seu celular tocou, era um número desconhecido, porém o DDD era de João Pessoa e ele já imaginava quem era.

Marcelo – Alô?

Clarisse (Desesperada) – Marcelo? Por favor, me ajude.

Marcelo – O que aconteceu?

Clarisse – Foi o Thiago, ele me internou numa clínica para loucos.

Marcelo – O que você aprontou dessa vez?

Clarisse – Venha aqui, por favor, me ajude.

Marcelo – Está bem, eu já estou a caminho. Mas qual é o nome daí?

Clarisse – Clínica Santa Clara. Venha logo, por favor!

João Pessoa – Escola Machado de Assis

Otávio saíra da aula, desanimado, fora para o pátio frontal e se encolhera em um canto qualquer, a espera de sua tia Carolina.

Maysa – Otávio?

Otávio – Maysa?

Maysa – Não tá feliz em me ver?

Otávio – Mas a diretora disse que você vai sair da escola.

Maysa – Eu ia sair, só que eu falei com meu pai e ele conversou com a minha mãe, aí eu não vou sair mais.

Otávio – E o que você veio fazer aqui?

Maysa – Minha mãe vai dizer a diretora que eu vou ficar e eu aproveitei para te ver.

Otávio – Ah, você lembra de ontem?

Maysa – Claro, a briga, a confusão…

Otávio – Não, antes disso!

Maysa – O quê?

Otávio – Você ia dizer alguma coisa, antes do Paulo atrapalhar.

Maysa – Ah, sim. Eu não sei como dizer.

Otávio – São só três palavras.

Maysa – Eu fiquei confusa depois do que o Paulo disse.

Otávio – E quem você vai escolher?

Antes que Maysa pudesse responder Carolina foi ao encontro deles.

Carolina – Vamos, Tavinho. A gente ainda tem que passar em outro lugar.

Otávio – Tá bom. Tchau, Maysa.

Maysa – Tchau, Otávio.

Ela colocou uma mecha do cabelo para trás da orelha enquanto observava Otávio partir.

João Pessoa – Hospital Santa Luzia

Andressa estava sentada no sofá com sua mãe quando pegou na mão dela e se levantou.

Creusa – O que há?

Andressa – Eu preciso te apresentar uma pessoa.

Creusa – Quem?

Andressa – Apenas venha.

Ela a levou para onde Thiago estava.

Andressa – Thiago, essa a minha mãe, Creusa.

Thiago – Prazer em conhecê-la, Dona Creusa.

Andressa – Mãe, esse é o namorado da Marina.

Creusa – Então esse é o famoso?! Encantada.

Eles conversaram mais uma coisa e então Carolina chegou com Otávio.

Carolina – Oi, gente.

Thiago – Oi, Carol. E aí, Filhão?

Carolina – Cadê a Clarisse?

Thiago – Andressa, você olha o Tavinho pra mim conversar com a Carol um instante?

Andressa – Claro.

Os dois se afastaram um pouco de grupo e Thiago respirou fundo para explicar a situação à Carolina.

Carolina – Vamos, Thiago, diz logo o que está acontecendo.

Thiago – É sobre a sua irmã.

Carolina – E o que há com ela?

Thiago – Está internada em um clinica psiquiátrica.

Carolina – Você colocou minha irmã num hospício?

Thiago – Não, uma clinica psiquiátrica é diferente.

Carolina – Minha irmã é muito sã, não sei por que você fez isso, mas não deveria tê-lo feito sem me consultar.

Thiago – Acho melhor você procurá-la.

Carolina – É exatamente isso que irei fazer, onde ela está?

Thiago – Clínica Santa Clara.

Carolina – Perto dos jardins?

Thiago – Sim.

Carolina – Eu já passei por lá algumas vezes.

João Pessoa – Clínica Santa Clara – Recepção

Marcelo chegara a clínica e fora a recepção.

Marcelo – Boa tarde, eu gostaria de falar com a paciente Clarisse Albuquerque de Oliveira.

Recepcionista – Ela está no quarto, quer que a chame?

Marcelo – Não precisa, só me diz onde fica?

Recepcionista – Claro, saindo por aquela porta você vai atravessar um jardim e encontrar um chalé. Ela está no quarto Flor Cigana.

Marcelo – Obrigado.

Marcelo seguiu todas as instruções da recepcionista e se direcionou ao quarto de Clarisse. Ele bateu a porta e uma voz vinda de dentro permitiu sua entrada.

Clarisse – Ainda bem que veio.

Marcelo – Eu preferiria te reencontrar em outras circunstancias.

Clarisse – Me tira daqui, eu não to maluca.

Marcelo – Por que ele tentou te internar aqui?

Clarisse – Isso não importa, mas me ajude a fugir e a gente pode fazer uma longa viagem, dar uns amassos por esse Brasil…

Marcelo – Corta essa, Clarisse, nossa relação era carnal, nunca passou disso. Sexo!

Clarisse – Sexo é muito pouco, é sexo bom demais.

Marcelo – Eu não vou te ajudar a fugir.

Clarisse – O quê? Você também vai me virar as costas?

Marcelo – Eu não to te virando as costas. Mas não vou te tirar daqui.

Clarisse – Então vá embora. Some daqui!

João Pessoa – Clínica Santa Clara – Recepção

Carolina chegou a clínica extasiada e se dirigiu direto a recepcionista.

Carolina – Eu quero falar com Clarisse Albuquerque.

Recepcionista – Outra pessoa?

Carolina – Tem alguém com ela?

Recepcionista – Sim, um homem.

Carolina – Ah, deve ser o meu irmão. Pode me dizer onde eles estão?

Recepcionista – Sim, passando da porta, é só cruzar o jardim e entrar no chalé. O nome do quarto é Flor Cigana.

Carolina – Obrigada.

Carolina fez tudo que a moça dissera, mas ao chegar na porta do quarto percebeu que ela estava entreaberta e viu que não era Rodrigo quem estava lá. O homem caminhava em direção à saída, Carol se encostou a um canto da parede.

Marcelo – Quem é você?

Carolina – A irmã da Clarisse, eu tava só esperando você sair pra ir falar com ela.

Marcelo – Clarisse nunca me falou que tinha uma irmã tão bonita.

Carolina Ela também não me contou o pedaço de mal… aliás… a BR-16 de mal caminho que era o amante dela.

Marcelo – BR-16?

Carolina – Me beija logo.

Sem pensar duas vezes, Marcelo a beijou ali mesmo.

Plano Celestial

Pedro sentara-se nos jardins para pensar, mas nem teve tempo para o fazê-lo, pois logo Miguel interrompeu seus pensamentos.

Miguel – Refletindo?

Pedro – Lamentando definiria melhor.

Miguel – Marina é o nome do langor?

Pedro – Sim, ela vai sobreviver?

Miguel – Cabe a você decidir.

Pedro – Como assim?

Miguel – É a sua missão, Pedro. Chegou a hora de decidir: Quer que Marina sobreviva e teça uma história de amor ao lado de Thiago ou prefere reencontrá-la aqui e poder cuidar dela você mesmo?

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“Caminhos Singelos”: Clarisse tenta matar Marina mais uma vez

Marina sobreviveu ao afogamento provocado por Clarisse, mas a vilã não pretende deixar barato e tenta matá-la mais uma vez, agora, com uma tática mais eficiente. Leia uma versão inédita da cena, escrita na visão de CLARISSE!

–x–

NARRADOR: CLARISSE

INT. QUARTO DE HOSPITAL – LEITO DE MARINA – JOÃO PESSOA – DIA

Marina teve sorte de escapar da primeira vez, mas desta vez ela não irá. A ideia do afogamento foi simplesmente perfeita! Mas parece que essa mulher tem alguma especie de “anjo” que a protege contra tudo e contra todos. Dois acidentes… ela não vai resistir a um terceiro. Entrei no quarto, me aproximei do corpo dela e ajeitei uma mecha do cabelo dela.

Clarisse – Eu tenho tanta pena de você, Marina. Foi se meter no meu caminho, deveria ter morrido logo quando tentei de afogar, mas se você é tão persistente assim, eu prefiro acabar com isso de uma vez por todas.

Peguei um travesseiro que estava debaixo da cabeça dela e o pressionei sobre o seu rosto sem o menor pudor. De acordo com o aparelho, a frequência cardíaca estava começando a cair, era só continuar por mais alguns instantes e pronto. Mas a porta abriu, virei meu corpo para ver quem era e me assustei. THIAGO!

CAMINHOS SINGELOS – CLUB +TV

SEGUNDA A SEXTA – 19HRS

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Caminhos Singelos | Capítulo 33 [ÚLTIMA SEMANA]

Clarisse empurrava o corpo com cada vez mais força para fundo da piscina, enquanto, em uma tentativa vã, Marina se debatia, esperneava e ouvia seus gritos abafados pela água que lhe tirava o ar. Por um momento, um filme passou pela sua mente, desde brincadeiras com a irmã, até o casamento com Pedro, e a morte dele, lembrou-se dos beijos calorosos de Thiago e da rejeição da sua mãe para finalmente os olhos se cerrarem. Sem saber se um dia eles voltariam a se abrir.

Clarisse, sempre atenta, avistou um homem e soltou o corpo que começou a boiar e ela se afastou.

Clarisse (GRITA) – Socorre, alguém me ajude, ajude minha amiga!

O homem percebeu a agitação da megera e, sem pensar duas vezes, correu para a aérea da piscina e pulou para salvar a mulher. Primeiro foi até Clarisse, mas ela o rejeitou e fez sinal para ele pegar Marina.

Clarisse – Pegue-a, eu estou bem. Ela se afogou!

O homem desconhecido levou o corpo de Marina para a borda e realizou respiração boca à boca nela, tampando as narinas e inserindo ar no corpo dela. Enquanto isso Clarisse fingia estar traumatizada com a situação.

Homem – Ligue para uma ambulância, agora!

A vilã correu para onde estava o celular e ligou para o SAMU, logo em seguida voltou para ver com o home se saía. Mais uma vez ele tentou reavivá-la e desta vez ela começou a tossir a água que engolira.

Plano Celestial

Pedro de repente sentira uma tontura e caíra no chão, Miguel acompanhou a cena assustado.

Miguel (Tentando acordá-lo) – Pedro? Pedro? O que tá acontecendo com você? DIZ!

Mas ele continuava inerte, subitamente Francisco aparecera e pousara a mão no ombro de Miguel.

Francisco – É a mulher que você guarda, Miguel. Aquilo que previmos já está acontecendo.

Miguel – Mas por que ele está desfalecido?

Francisco – Quando ele falecera um laço muito forte entre eles teve que ser rompido, porém essa união parece ter sobrevivido até mesmo à morte.

Miguel – Isso significa que ela também está vindo?

Francisco – Não cabe a mim decidir isso.

Miguel – E cabe a quem?

Francisco – A ele. Quando acordar. Se acordar.

João Pessoa – Motel Boa Vista – Recepção

Andressa e Rodrigo estavam encerrando a estadia no motel quando o celular dela tocou. Era o número de Marina, decerto ela queria saber por que sumira o dia inteiro.

Andressa – Alô, mana.

Clarisse – Aqui não é a sua irmã, é a Clarisse.

Andressa – Ah, oi, Clarisse.

Clarisse – Andressa, a sua irmã não tá bem. Aconteceu algo com ela no clube.

Andressa – O quê? Fale logo, eu to ficando preocupada.

Clarisse – Nós estávamos tomando um banho na piscina e ela… ela…

Andressa – Ela o quê?

Clarisse – Ela se afogou.

Andressa – O quê? Cadê ela? Ela tá bem.

Clarisse – Nós estamos no hospital Santa Luzia. Venha para cá o mais rápido possível.

Andressa – Eu já to a caminho.

Andressa desligou o telefone, Rodrigo percebeu que ela estava demasiadamente agitada.

Rodrigo – O que houve?

Andressa – A minha irmã, aconteceu alguma coisa com ela. Está para o hospital Santa Luzia, você sabe onde é?

Rodrigo – Claro, eu te levo.

João Pessoa – Hospital

Clarisse estava aflita, temendo Marina sobreviver e contar tudo para seu ex-marido. Ela resolveu ligar para ele e contar a sua versão, primeiro.

Clarisse (ao telefone) – Thiago, você precisar vir ao hospital Santa Luzia urgentemente.

Thiago – O que aconteceu? Foi algo com o Tavinho?

Clarisse – Não, mas foi com a Marina. Você nem vai acreditar, ela se afogou!

Thiago – Ela o quê? To indo praí agora…

Clarisse desligou o celular e viu Andressa se aproximando dela com Rodrigo, surpreendentemente, ao seu lado.

Andressa – O que você fez com a minha irmã?

Andressa segurou nos braços de Clarisse e começou a balançá-la.

Andressa – Fala, sua louca, o que você fez com ela.

Clarisse – Eu não fiz nada, me largue.

Andressa – Então me conta essa história direito.

Clarisse – Tá eu conto. A gente tava nadando na piscina e parece que ele teve cãibra ou sei lá e começou a se afogar. Aí quando eu vi, eu comecei a gritar por ajuda por que não aguentava o peso dela e um homem, muito gentil, me ajudou.

Andressa E como ela tá?

Clarisse – Tá desacordada, mas parece que o perigo maior já passou. Ela não foi nem para a UTI.

Recife – Apartamento de Creusa

Creusa estava sentada à mesa, fazendo a oração de graças para ter uma refeição, porém o telefone tocou e ela sentiu-se atraída a atendê-lo.

Creusa – Será possível que nem comer eu vou conseguir hoje.

Ela tirou o telefone do gancho e o pôs no ouvido.

Creusa – Alô?

Andressa – Alô, Creusa, é a Andressa.

Creusa – Não conheço nenhuma Andressa, deve ter sido engano.

Andressa – Por favor, não desligue. É sobre a Marina.

Creusa – O que aconteceu à minha filha?

Andressa – Ela quase se afogou e está hospitalizada.

Creusa – Qual clinica?

Andressa – Não estamos em Recife, mas sim em João Pessoa.

Creusa – E o que diabos foram fazer aí?

Andressa – Não dá pra falar agora, eu to muito aflita. Só liguei para avisá-la.

Creusa – Amanhã, assim que amanhecer, eu estarei aí. Qual o nome do hospital?

Andressa – Santa Luzia.

Creusa – Passar bem.

Andressa – Digo o mesmo.

João Pessoa – Hospital Santa Luzia

Clarisse aproveitara que Andressa fora dar um telefonema para conversar com seu irmão.

Clarisse – Por que vocês chegaram juntos aqui?

Rodrigo – Quem diria né? Pra você ver como o mundo é pequeno.

Clarisse – Ainda não respondesse minha pergunta.

Rodrigo – A gente tá tendo um lance.

Clarisse – Um lance…

Enquanto falava, Clarisse, de relance, virara o rosto para o lado e pudera perceber Thiago chegando.

Clarisse – Thiago, ainda bem que você chegou. Eu já tava ficando desesperada.

Thiago – O que aconteceu com Marina?

Clarisse – Nós estávamos nadando e parece que ela teve cãibra, eu só vi quando ela tava se afogando… tava muito pesada… eu não consegui…

Thiago – Respira um pouco e me diz o que tá acontecendo.

Clarisse – Ela se afogou, eu simplesmente não consegui ajudar.

Thiago – Mas ela tá viva?

Clarisse – Sim.

Thiago Pronto.

Andressa vinha vindo em direção deles.

Thiago – Andressa, não quer ir dormir no meu apartamento?

Andressa – Não, vou ficar de plantão aqui a noite inteira.

Clarisse – NÃO! Você não pode, Andressa, coitada viajou hoje cedo. Vou pedir para Rodrigo te levar para minha casa, faço questão.

Andressa – Eu não vou conseguir pregar o olho esta noite.

Clarisse – Vamos fazer o seguinte, eu vou ficar aqui com o Thiago a noite inteira e amanhã de manhã você com o Rodrigo.

Andressa – Se vocês ficarem aqui eu vou mais tranquila.

Clarisse – Pode ir em paz.

João Pessoa – Apartamento de Clarisse

Andressa chegara tímida ao apartamento, mesmo acompanhada de Rodrigo. Cruzando a porta, deparou-se com Carolina no cômodo em frente aonde ela estava.

Carolina – O que você tá fazendo aqui?

Andressa – Espere aí, você é irmã do Rodrigo e da Clarisse?

Carolina – Sim… por quê?

Andressa – Eu sou irmã da Marina.

Carolina – Meu Deus, eu não vou te aguentar ficar sob o mesmo teto que você.

Rodrigo – O que vocês têm, heim?

Carolina – Essa vagabunda aí…

Andressa – Tá querendo levar outra surra é?

Carolina – Mas dessa vez eu vou revidar.

Rodrigo – Dá pra pararem.

Carolina – Não.

Andressa – Não faz sentindo a gente tá se batendo por causa daquela cafajeste, Carolina.

Carolina – É, a final de contas, ele não ficou nem comigo, nem contigo.

Andressa – Colegas?

Carolina – Ex-inimigas.

Rodrigo – Abraço triplo?

Andressa – Sem chances.

Andressa – Vamos lá.

E os três se abraçaram.

A música “Coisas Que Eu Sei – Danni Carlos” começa a tocar conforme o sol vai aparecendo na cidade de João Pessoa e o caos vai tomando conta da cidade

 

João Pessoa – Hospital Santa Luzia

Clarisse e Thiago mantiveram seus olhos abertos até o médico de Marina aparecer e dar mais informações sobre o quadro dela.

Clarisse – Diz como ela tá, doutor.

Médico – O quadro não é mais grave, toda a água foi retirada do sistema respiratória e já passa bem. Pode até receber visitas.

Clarisse – Eu quero vê-la.

Médico – Sinta-se à vontade.

Thiago – Por que quer vê-la?

Clarisse – Poxa, Thiago, eu via ela se afogando. Preciso dessa garantia para dormir em paz.

Thiago – Então tá, mas sai logo que eu quero ir.

João Pessoa – Hospital Santa Luzia – Quarto de Marina

Pedro e Miguel estavam no quarto de Marina, olhando-a toda encubada. Pedro não conseguia conter a emoção. Até que Clarisse chegou.

Pedro – Miguel, o que essa mulher tá fazendo aqui?

Miguel – Não sei.

Eles continuaram observando-a.

Clarisse – Eu tenho tanta pena de você, Marina. Foi se meter no meu caminho, deveria ter morrido logo quando tentei de afogar, mas se você é tão persistente assim, eu prefiro acabar com isso de uma vez por todas.

Clarisse pegou um dos travesseiros na cama e o pressionou sobre o rosto de Marina.

Pedro – Miguel, faz alguma coisa. Não deixa ela matar a Marina.

Miguel só observava a cena.

Pedro – Faz alguma coisa, pelo amor de Deus.

Pedro mal terminou a frase e Thiago entrou no quarto, ficou estático quando viu Clarisse tentar matar Marina.

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Leia em Caminhos Singelos: Marina é hospitalizada em estado grave

Clarisse afoga Marina. Pedro desmaia no plano celestial. Andressa é avisada que Marina está no hospital. Andressa desconfia que Clarisse tem algo a ver com o afogamento da irmã. Andressa avisa à Creusa que Marina está hospitalizada e em estado grave. Clarisse fica com Thiago no hospital. Andressa e Carolina fazem as pazes. Clarisse vai ver Marina e fica sozinha com ela no quarto.

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“Caminhos Singelos”: Clarisse afoga Marina

Nos últimos capítulos da trama, Clarisse seguiu o conselho do pai e se aproximou da inimiga Marina, a estratégia deu certo e a megera afogou a mocinha da web. Confira a cena em primeira mão que vai ao ar no capítulo de amanhã.

— x —

Clarisse e Marina nadaram lado a lado. Exatamente na metade da piscina, a parte mais funda e onde os pés delas não tocavam mais no chão, Clarisse se segurou nos ombros de Marina.

Clarisse (MENTINDO) – Ai, to com câimbra, me ajuda.

Marina – EU NÃO TO AGUENTANDO SEU PESO. SOLTA MEU OMBRO E EU TE AJUDO MELHOR.

Clarisse começou a rir e afundou a cabeça de Marina na água.

Clarisse – Você já era, Marina. Se apaixonou pelo homem errado.

Clarisse empurrava o corpo com cada vez mais força para fundo da piscina, enquanto, em uma tentativa vã, Marina se debatia, esperneava e ouvia seus gritos abafados pela água que lhe tirava o ar. Por um momento, um filme passou pela sua mente, desde brincadeiras com a irmã, até o casamento com Pedro, e a morte dele, lembrou-se dos beijos calorosos de Thiago e da rejeição da sua mãe para finalmente os olhos se cerrarem. Sem saber se um dia eles voltariam a se abrir.

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Caminhos Singelos | Capítulo 32

Otávio foi atrás de Paulo e o encontrou em cima de uma árvore na qual ele costumava brincar.

Otávio – Desce daí, Paulo!

Paulo – Pra quê? Pra você zombar da minha cara? Me dizer que ela gosta mais de você do que de mim?

Otávio – Não, eu nunca faria isso.

Paulo – Então tá bem.

Paulo desceu da árvore e olhou para Otávio por um instante.

Paulo – O que você quer afinal?

Otávio – Ser seu amigo.

Paulo – Corta essa, eu sempre zombei de ti, te coloquei pra baixo, por que você iria quer ser meu amigo?

Otávio – Eu não gosto de ter inimigos. Prefiro os amigos. Quer saber? Eu te perdoo.

Paulo – Eu não acredito.

Otávio – Me dá um abraço?

Paulo foi até Otávio e deu um abraço nele.

Clarisse, Giovana e Daniel discutiam na diretoria o destino de Paulo naquela escola quando a porta se abriu e Marina, Maysa, Paulo e Otávio entraram.

Diretoria – Nós ainda não chegamos a um acordo? Por que vieram?

Marina – Otávio e o Paulo, eles tem algo a dizer.

Diretora – Vamos, desembuchem.

Otávio – Eu não quero que o Paulo saia da escola.

Clarisse – Como assim filho, ele te desrespeitou.

Paulo – Mas eu pedi desculpas a ele.

Otávio – E eu o perdoei.

Maysa – Agora somos todos amigos.

Daniel – Estão vendo? Eles mesmos se resolveram, não haverá imposição.

Diretora – Bem… eu acho que vocês devem quer conversar com seus filhos e eu gostaria de falar com esta senhorita, Marina.

Todos concordaram, desocuparam o espaço e deixaram apenas Marina e a Diretora no cômodo.

Giovana levou Maysa para um corredor e começou a repreendê-la.

Giovana – Recreio?

Maysa – Mãe, ele que veio me procurar.

Giovana – Mas eu não quero saber. Já disse que não existe amizade entre homem e mulher eles sempre têm um interesse a mais. Quando estiver da minha idade você vai entender…

Maysa – Mãe, eu só tenho nove anos, eu não namoro, eu não beijo, eu não faço nada que a senhora faz. E enquanto eu gostar da companhia dele eu vou continuar conversando e sendo amiga dele.

Giovana – Vejam só, a filha se rebelou. Quer saber? Eu vou cortar o mau pela raiz.

Maysa – O que a senhora vai fazer?

Giovana – Vou te tirar da escola.

Escola Machado de Assis/ Diretoria – Marina conversava com a Diretora

 

Diretora – Eu queria saber como você conseguiu que eles fizessem as pazes.

Marina – Eu conversei com eles, perguntei como o problema começou e o Otávio decidiu que queria ser amigo dele.

Diretora – Você trabalha em alguma área da educação?

Marina – Sim, eu sou professora afastada.

Diretora – Afastada?

Marina Sim, eu sofri um acidente há dois meses e pedi afastamento para me recuperar.

Diretora – Então, já que você está afastada, o que acha que lecionar nesta escola próximo ano?

Marina – A senhora tá falando sério? É tudo que eu mais quero.

Diretora – Eu e todos da escola Machado de Assis a receberemos de braços abertos.

Clarisse e Otávio conversavam no pátio.

Clarisse – Por que você decidiu ser amiguinho de alguém que tanto te fez mal, Tavinho?

Otávio – Ele me disse por que não gostava de mim e eu percebi que não tinha culpa.

Clarisse – E por que ele implicava contigo?

Otávio – Ele também gosta da Maysa.

Clarisse – E ela gosta de qual dos dois?

Otávio – Eu não sei, nunca perguntei.

Clarisse – Vamos pra casa então, lá eu vou dar um passeio com a tia Marina e à noite eu, ela e seu pai vamos sair pra jantar e te contar uma coisa muito importante.

Otávio – Por que vocês não dizem logo?

Clarisse – Surpresa.

Enquanto caminhavam pelo pátio, eles avistaram Marina indo ao seu encontro.

Clarisse – O que ela queria conversar contigo?

Marina – Me oferecer um emprego nesta escola!

Clarisse – Parabéns, que coisa boa!

João Pessoa / Casa de Clarisse

Marina, Clarisse e Otávio chegaram ao apartamento que era de Thiago.

Carolina Clarisse, já chegou?

Clarisse – Sim, vim deixar o Tavinho aqui.

Carolina – Não vai me apresentar sua amiga?

Clarisse – Ah, claro, essa Marina. Marina, Carolina. Carolina, Marina.

Marina – Prazer em conhecê-la.

Carolina – O prazer é todo meu.

Clarisse – Carol, eu tava pensando da gente ir almoçar fora, cadê o Rodrigo?

Carolina – Saiu cedo, disse que ia tomar café e ainda não voltou. Sabe como é o nosso irmão, já deve ter arranjado um rabo de saia.

Clarisse (Entre risos) – Deve ser, mas agora vamos almoçar que eu to brocada de fome.

João Pessoa / Restaurante Lampião

Clarisse, Carolina, Marina e Otávio já estavam no final do jantar.

Clarisse – Você nem vai acreditar no que aconteceu com o Tavinho hoje, na escola.

Carolina – O quê? Meu sobrinho preferido andou aprontando alguma?

Clarisse – Você nem imagina, mas eu não vou estragar a história dele. Eu vou ao cinema com a Marina e depois nós vamos ao Clube tomar um sol de fim de tarde, por que vocês não fazem alguma coisa bem divertida enquanto o Tavinho conta a história?

Carolina – Claro. Você topa, Tavinho?

Otávio – Fechado!

O sol começava a se pôr – Pessoas voltavam do trabalho para suas, outras ainda iam trabalhar – Clarisse e Marina estavam no Clube da Sociedade se preparando para voltar para casa.

Marina – Anoiteceu, é melhor irmos logo antes de pegar uma hipotermia.

Clarisse – Essa água tá tão linda, né?

Marina – Tá mesmo.

Clarisse – Sabe o que a minha esteticista disse?

Marina (DESENTERESSADA) – Diz…

Clarisse – Que banho de piscina à noite relaxa os nervos do corpo.

Marina – Legal.

Clarisse – Vamos dar um mergulho?

Marina – Ah, não sei.

Clarisse – Vai, por favor, esse negócio de separação, briga do Tavinho, meu pai numa casa geriátrica tão me deixando nervosa.

Marina – Tá bem.

As duas se despiram e mergulharam nas águas geladas da piscinas.

Clarisse – A água tá deliciosa.

Marina – E gelada.

Clarisse – Vou nadar até o outro estremo, vem comigo?

Marina – Claro.

Clarisse e Marina nadaram lado a lado. Exatamente na metade da piscina, a parte mais funda e onde os pés delas não tocavam mais no chão, Clarisse se segurou nos ombros de Marina.

Clarisse (MENTINDO) – Ai, to com câimbra, me ajuda.

Marina – EU NÃO TO AGUENTANDO SEU PESO. SOLTA MEU OMBRO E EU TE AJUDO MELHOR.

Clarisse começou a rir e afundou a cabeça de Marina na água.

Clarisse – Você já era, Marina. Se apaixonou pelo homem errado.

Recife – Casa de Creusa

Creusa estava cozinhando um espaguete quando uma chama tomou conta da panela inteira e logo cessou.

Creusa – Jesus, Maria e José, protejam minha família. [Ela disse fazendo o sinal da cruz]

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Caminhos Singelos | Capítulo 31 [ÚLTIMA SEMANA]

Otávio – Eu to pensando que você não gosta mais de mim.

Maysa – Não é isso, mas eu não quero desobedecer.

Otávio – Nem por nosso amor?

Maysa – Amor?

Otávio – Eu te amo, Maysa.

Maysa – Eu esperei tanto pra ouvir isso.

Otávio – Você não vai me dizer que também me ama?

Maysa – Eu…

Paulo (CORTA) – O que as duas estão conversando?

Otávio – Você pare de me encrencar!

Paulo – Criou coragem, bichinha?

Otávio – Ah, eu vou acabar com você e vai ser agora.

Clarisse e Marina desceram para o estacionamento do apartamento e entraram no carro da megera. Mas antes, Thiago e Marina deram um selinho. Clarisse deixara Andressa no centro da cidade e enquanto isso as outras duas fizeram um tour pela cidade.

Andressa entrara em algumas lojas, comprara pouca coisa e parara num Café para tomar um suco. Sentada no balcão um homem alto, moreno e bonito sentara ao seu lado.

Andressa – Um suco de abacaxi com hortelã, por favor.

Rodrigo – Eu quero o mesmo da moça.

Andressa – Olá.

Rodrigo – Oi, prazer, Rodrigo.

Andressa – Andressa, satisfação.

Rodrigo – Olha que a satisfação só vem depois do prazer.

Otávio mirava Paulo furiosamente. O olhar era de uma onça que fora cutucada durante o sono, Paulo estava indiferente, no entanto, Otávio partiu para cima dele.

Otávio – Agora eu acabo com você!

Otávio saltou sobre ele e o fez cair. Ficando em cima dele e puxando seus cabelos.

Maysa – Otávio, por favor, para!

Otávio – Agora ele vai aprender a parar de me encrencar.

Otávio continuou a bater no menino, este sem conseguir revidar começou a gritar. Um apito foi ouvido ao longe.

Maysa – Ai, a professora Carmen tá chegando. Vocês estão lascados.

Marina e Clarisse continuaram passeando pela cidade até que o telefone de Clarisse tocou e ela atendeu.

Clarisse – Desculpe, mas é da escola do meu filho.

Marina Fique à vontade.

Clarisse (Ao telefone) – Alô?

Diretora – Olá, é a Clarisse Oliveira Albuquerque, mãe de Otávio Oliveira Albuquerque?

Clarisse – Sim, é ela mesma.

Diretora – Eu preciso que você se dirija a escola do seu filho agora.

Clarisse – Mas o que houve de tão urgente?

Diretora – Seu filho este envolvido em uma briga com outro aluno.

Clarisse – Meu filho? Numa briga? Eu estou a caminho.

Diretora – Passar bem.

Clarisse desligou o aparelho, guardou-o na bolsa e respirou fundo.

Marina – O que houve com seu filho?

Clarisse – Parece que ele brigou com outro menino da escola e eu tenho que ir lá, agora.

Marina – Vá, quer dizer… vamos. Eu te acompanho.

Clarisse – Magina, você deve ter coisas a fazer. Eu não quero atrapalhar.

Marina – Vamos logo, eu sou professora, quem sabe isso não ajude?

Carolina fora até a casa geriátrica em que Milton estava internado para visitá-lo.

Carolina – Oi, Milton.

Milton – Olha só quem veio, a primeira que me jogou a pedra.

Carolina – Eu não atirei pedra nenhuma, você que já estava passando dos limites. Bater na Clarisse? Francamente…

Milton – Eu não bati nela…

Carolina – Por que o Thiago chegou à tempo para impedir.

Milton – Você precisa acreditar em mim, a sua irmã que é a falsa da história. Era ela quem estava me batendo, não eu.

Carolina A Clarisse? Ela jamais machucaria uma mosca.

Milton – Quer que eu mostre os hematomas?

Carolina – E como eu vou saber se não foi uma briga de bar qualquer aí?

Milton – Ah, se não quer acreditar em mim eu não vou forçar, mas não também não quero ter que ficar aqui sendo acusado injustamente, Fora daqui!

Carolina – Não precisa falar duas vezes.

Marina e Clarisse chegaram a escola e foram direto para a sala da diretora. Lá puderam encontrar Otávio, Paulo e Maysa sentados em cadeiras ao canto da sala.

Clarisse – O que houve com o meu filho?

Diretora – Senhora, eu sugiro que fique mais calma.

Clarisse – Calma? Como eu posso ficar calma? Meu filho é um anjo, ele jamais brigaria.

Diretora – Então você deveria observar melhor o comportamento dele, pois ele próprio já confessou que agrediu o colega, Paulo.

Clarisse – É verdade filho?

Otávio apenas assentiu que sim com a cabeça.

Clarisse – Mas deve haver um motivo, um bom motivo…

De repente, a porta se abriu e outra mulher entrou na sala.

Diretora – Dona Giovana.

Clarisse – Ela é mãe do tal Paulo?

Giovana – Não. Eu sou Giovana Falcão, mãe de Maysa Falcão.

Clarisse olhou para ela e torceu o nariz.

Clarisse – Diretora, e onde estão os pais desse menino?

Diretora – Eles ainda não chegaram.

Clarisse – Então será que eu poderia conversar em particular com a Giovana?

Diretora – Se ela quiser.

Giovana – Não sei o que você tem a falar comigo, mas mesmo assim eu aceito. Vamos lá pra fora.

As duas foram para o pátio da escola, que estava vazio àquele horário, e Clarisse iniciou a conversa.

Clarisse – Eu sou a mãe do Otávio.

Giovana – E…

Clarisse – E eu sou que você proibiu sua filha de falar com meu filho.

Giovana Proibi, e proibirei uma, duas, três… até um milhão de vezes.

Clarisse – Pois fique sabendo que meu filho adora sua filha demais pra ficar sem poder se relacionar com ela.

Giovana – Minha filha é uma moça pura, eu não quero nenhum menino tire a inocência dela.

Clarisse – Meu filho faz esse tipo, ele é respeitoso, educado…

Giovana – Então me diga por que um menino tão cheio de qualidades assim se meteria em uma briga?

Clarisse – Eu não sei se você te alguma experiência mal sucedida com algum homem, mas você não pode simplesmente tirar o brilho dos olhos do meu filho. Isso eu não permitirei!

Giovana – Minha vida não é da sua conta e da minha filha cuido eu!

Giovana então saiu daquele lugar, deixando Clarisse plantada na praça. Com ódio nos olhos.

Mais uma vez Clarisse retornou a sala da diretora, no entanto, desta vez, os pais de Paulo já estavam naquela sala.

Diretora – Será que já podemos começar?

Clarisse – Sim.

Diretora – Agora que já estamos todos aqui eu gostaria que cada aluno conte sua versão da briga. Paulo, por favor, pode começar.

Paulo – Eu tava brincando de boa no parquinho quando o Otávio me atacou. Eu não sei o que ele tem comigo, mas eu não fiz nada para ele.

Otávio – É mentira. Ele é um mentiroso.

Daniel – Eu tenho absoluta certeza que não foi meu filho quem começou essa briga.

Diretora – Quieto, Otávio, vamos ouvir a sua versão agora.

Clarisse olhou bem nos olhos do filho.

Otávio – Eu estava conversando com a Maysa quando o Paulo chegou cheio das brincadeiras comigo e eu não tolerei.

Giovana – Maysa, você estava conversando com ele?

Maysa apenas assentiu cabisbaixa.

Diretora – Como assim não tolerou? O que ele fez?

Otávio – Ele me chamou de menina.

Daniel – Você fez o quê, Paulo?

Paulo – É mentira, pai! Não acredita nele.

Diretora – Vamos impor um pouco de ordem aqui? Agora vamos ouvir a verão da menina Maysa para saber quem está falando a verdade.

Maysa levantou a cabeça e olhou para a mãe, depois para Otávio.

Andressa e Rodrigo já estavam em um motel àquela hora da manhã, mesmo tendo acabado de se conhecerem.

Andressa – Isso não é certo, a gente mal se conhece.

Rodrigo – Pra quê perder tempo com isso. O desconhecido é tão mais gostoso.

Andressa – Isso é verdade, eu adoro o desconhecido.

Rodrigo – Não vai tirar a roupa?

Andressa – Claro.

Ela começou a tirar a blusa para Rodrigo.

Diretora – Vamos impor um pouco de ordem aqui? Agora vamos ouvir a verão da menina Maysa para saber quem está falando a verdade.

Maysa levantou a cabeça e olhou para a mãe, depois para Otávio.

Maysa – O Otávio me procurou para saber por que nós não estávamos mais nos falando e o Paulo chegou logo depois fazendo brincadeiras sem graça.

Diretora – Que tipo de brincadeira?

Maysa – Ele… ele disse que o Otávio era uma menina.

Daniel – Paulo? Você fez isso?

Paulo – Não pai, por favor, acredite em mim!

Diretora – As versões do Otávio e Maysa são congruentes e o que o senhor Paulo está sendo acusado de ter feito configura bullying. Ele terá que ser suspenso.

Clarisse – Suspenso, apenas? Ou você expulsa esse delinquente, diretora, ou eu vou tirar meu filho dessa escola agora.

Daniel – Não exagere.

Clarisse – Eu sou mãe, eu jamais deixaria meu filho crescer num ambiente onde ele não é responsável.

Marina (Interrompe) – Diretora, eu não acho conveniente que as crianças fiquem aqui nesta discussão, será que eu não poderia levá-los para fora e conversar com eles?

Diretora – Claro, é até melhor.

Marina levou os três para o pátio e os fez sentar lado a lado em um dos banquinhos enquanto ela permanecia em pé na frente deles.

Marina – Então… longe de tudo aquele. Do ambiente pesado da diretoria, eu gostaria de saber de onde surgiu essa rixa entre vocês Paulo e Otávio e por que Marina está nisso?

Otávio – Eu não sei, ele sempre implicou comigo.

Marina – Paulo?

Paulo – A verdade é que eu nunca gostei do Otávio por que ele sempre se deu melhor com a Maysa do que eu.

Marina – Apenas por isso?

Paulo – Não é só isso, ela é a menina mais bonita da classe, é inteligente, eu sempre gostei dela. Essa é a verdade!

O menino se levantou e saiu correndo.

Marina – Fiquem aí, eu vou atrás dele.

Otávio – Não, acho que sou eu quem tem de ir lá.

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Leia em Caminhos Singelos: Paulo diz que ama Maysa

Otávio diz que ama Maysa. Clarisse e Marina passeiam em João Pessoa. Andressa e Rodrigo se conhecem. Paulo e Otávio se desentendem.  Clarisse é chamada pela escola de Otávio. Carolina visita Milton na clínica. Clarisse e Giovana se encontram na escola dos filhos e o clima é tenso. Paulo e Otávio contam suas versões da briga. Andressa e Rodrigo fazem amor. Maysa confirma a versão de Otávio. Marina conversa com Paulo, Otávio e Maysa e Paulo revela que ama Maysa.

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Caminhos Singelos | Capítulo 30 [ÚLTIMAS SEMANAS]

Thiago foi para a área de serviço e a campainha tocou.

Marina – Eu atendo.

Marina foi à porta ver quem era e quando a abriu se deparou com Clarisse.

Marina – Olá?

Clarisse – Oi, eu bati no apartamento certo?

Marina – Com quem você quer falar?

Clarisse – Meu marido, Thiago.

Marina – Ah, é aqui mesmo. Pode entrar.

Clarisse entrou no apartamento e  encontrou Thiago voltando a sala.

Thiago – Clarisse?

Clarisse – Bom dia, Thiago.

Thiago – Veio fazer o quê aqui?

Clarisse – Conversar.

Thiago Se for sobre o divorcio, pode deixar que meus advogados vão cuidar de tudo.

Clarisse – Não é isso, eu vim conversar sobre o nosso filho.

Thiago – Aconteceu alguma coisa com o Tavinho?

Clarisse – Ele está bem fisicamente, porém ele tem andado muito abalado esses dias.

Thiago – O que houve?

Clarisse – Se importa se falarmos em particular?

Marina – Não, claro que não. Andressa vamos lá a baixo pegar as sacolas no carro e depois voltaremos.

Thiago – Não precisa, eu desço com Clarisse.

Thiago e Clarisse desceram as escadas e pararam na recepção do prédio.

Thiago – Agora me diz o que tá acontecendo.

Clarisse – O nosso filho anda muito abatido ultimamente. Aí hoje quando fui deixá-lo na escola ele me falou o motivo.

Thiago – E…

Clarisse – Parece que a mãe daquela menina que ele gosta proibiu que eles dois se falassem.

Thiago – Só por isso?

Clarisse – O que tá acontecendo com você? Não liga mais pra nossa família? Nós podemos ter nos separado, mas há assuntos que precisamos lidar juntos.

Thiago – Mas esse não é o caso de você vir até aqui, poderia ter ligado…

Clarisse – Qual é o problema? É aquela mulher, a tal moça que você tá gostando?

Thiago – Sim.

Clarisse – E você acha que eu vou fazer o quê? Armar um escândalo?

Thiago – Eu não quis dizer…

Clarisse (CORTA) – Eu jamais faria uma coisa dessas, se você decidiu se separar, eu vou aceitar.

Thiago – Ainda bem, então.

Clarisse – E pra te provar isso, eu vou subir agora para aquele apartamento e tomar um cafezinho com ela.

Thiago – Não precisa.

Mas era tarde demais, Clarisse já subia as escadas determinada a se tornar amiga da rival.

No plano celestial, Pedro começara a cuidar de alguns jardins da cidade para se distrair, porém nada lhe tirava da cabeça a imagem de Marina com outro homem.

Miguel – Pedro, não quer ver Marina hoje?

Pedro – Estou tentando tirá-la da minha cabeça um pouco.

Miguel – Ela está passando por um momento em que precisa da sua proteção.

Pedro – Esse é o seu dever.

Miguel – Pedro, a sua missão está chegando.

Pedro – Missão? Que conversa é essa?

Miguel – Todos nós passaremos por uma provação antes de poder reencarnar e a sua está bem próxima.

Pedro – O que eu vou ter que fazer?

Miguel – Na hora certa todos nós saberemos. Você vem comigo?

Pedro – Vou sim. Quero saber logo o que se passa.

Pedro tocou na mão de Miguel e a essência deles se desfez em luz. Aparecendo na sala de estar do apartamento de Thiago.

Era intervalo na escola Machado de Assis. Maysa estava com algumas colegas e Otávio foi atrás dela.

Otávio – Maysa, eu preciso falar com você.

As meninas que estavam próximas à Maysa logo se afastaram e os deixaram a sós.

Maysa – Pode falar.

Otávio – Nós não podemos ficar distantes, sem se falar…

Maysa – Mas me mãe proibiu.

Otávio – Eu já falei com a minha mãe e ela disse que vai conversar com a sua.

Maysa – Não vai ser nada fácil convencê-la.

Otávio – Ao menos acredite.

Maysa Minha mãe não tem um gênio bom.

Otávio – Eu to pensando que você não gosta mais de mim.

Maysa – Não é isso, mas eu não quero desobedecer.

Otávio – Nem por nosso amor?

Maysa – Amor?

Otávio – Eu te amo, Maysa.

Clarisse sentou-se numa poltrona e, como se aquela situação fosse perfeitamente normal, começou a conversar com Marina.

Clarisse – Então, à quanto tempo se conhecem?

Marina – Faz pouco tempo, só que…

Clarisse – Não precisa se retesar, eu quero ser sua amiga. Não faço tipo esposa vingativa.

Marina – Ainda bem, por que o eu menos quero é arranjar problemas.

Clarisse – Uma moça tão linda ficou solteira tanto tempo assim?

Marina – Na verdade eu me casei uma vez.

Clarisse – E vocês se separaram.

Marina – Nós sofremos um acidente de carro e ele não resistiu.

Clarisse – Minhas condolências.

Marina – Obrigada.

Thiago (INTERROMPE) – Meninas, o papo tá bom, mas eu tenho que trabalhar, vocês se importam se eu sair?

Clarisse – Claro que não.

Marina – Pode ir, am… Thiago.

Clarisse – Que tal se a gente saísse agora?

Marina – Para aonde?

Clarisse – Não sei, eu posso te mostrar João Pessoa inteira.

Marina – Vamos, Andressa?

Andressa – Eu vou às compras, mana, mas pode ir com ela. No fim do dia a gente se encontra.

Marina – Está bem.

Pedro observava toda a cena junto a Miguel.

Pedro – Eu não gosto nada dessa mulher, ela me parece muito cínica.

Miguel – E tem razão em pensá-lo. Boa coisa esta Clarisse não quer.

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Leia em Caminhos Singelos: Clarisse e Marina se conhecem melhor

Thiago e Clarisse discutem e Clarisse diz que vai conversar com Marina. Miguel diz a Pedro que ele está perto de cumprir sua missão. Otávio diz a Maysa que a ama. Clarisse e Marina se conhecem melhor e as duas saem juntas. Miguel segreda a Pedro que Clarisse não é uma boa pessoa.

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Caminhos Singelos | Capítulo 29 [ÚLTIMAS SEMANAS]

Creusa – Aí, já tá falando igual à vagabunda da sua irmã.

Marina – Eu sabia que você não iria aprovar, com esses costumes pré-históricos…

Creusa – É assim que a nova geração chama os valores? Pois então eu sou uma pré-histórica. Não quero você se enrabichando com homem nenhum.

Marina – Cansei, to indo embora, perdi minha fome.

Creusa – Você não vai antes de me dizer quem é ele.

Marina – Eu tenho 27 anos, trabalho e me sustento. Não preciso ficar aqui ouvindo seus desapreços.

Pedro retornara ao ministério da comunicação e ao sair da câmara se deparara com Miguel.

Miguel – E aí, como foi?

Pedro – Eu não consegui, não sou forte o suficiente. Meu amor por ela não é forte o suficiente.

Miguel – Para com isso, cara.

Pedro – Eu sinceramente desisto, em outras circunstâncias eu preferiria morrer, mas aqui, neste lugar, eu não sei o que fazer.

Miguel – Ocupar a mente, trabalhar…

Pedro – Eu me decepcionei com tudo que eu acreditava, minha fé tá abalada.

Miguel – Você vai superar.

Pedro – Não, eu não vou.

Thiago fora ao centro da cidade, passara na loja de sapatos e comprara tênis, depois entrara numa loja de roupas e pegara algumas camisas. Ele estava entrando na loja de jeans quando se deparou com Alcione saindo de lá cheia de sacolas.

Thiago – Alcione? Tá fazendo o quê aqui?

Alcione – Ah, oi, seu Thiago. Tudo bem?

Thiago – Você ainda não respondeu a minha pergunta.

Alcione – Eu não posso estar aqui numa loja boa? Também sou filha de Deus.

Thiago – E onde arranjou tanto dinheiro pra estar com todas essas sacolas de marca.

Alcione – Namorado rico. Sabe como é, quer me ver bem vestida, pediu até pra mim me demitir da sua casa.

Thiago – E você o fez?

Alcione – Claro, agora é só vida boa.

Thiago – Sei…

Alcione – Tchauzinho pro senhor, por agora eu já vou indo.

A cada hora do dia o sol vai girando alguns graus a mais. Até o anoitecer e um novo amanhecer em João Pessoa, a cidade onde o sol nasce primeiro.

 

Clarisse deixara Otávio no portão da escola. Ele entrara e sentara sozinho a um banco no pátio. Avistou Maysa ao longe com sua mãe. Logo depois o sinal bateu e todos foram as suas salas. Enquanto a professora explicava um pouco de história, Otávio se levantou e foi até a carteira de Maysa.

Otávio – Oi.

Maysa – Tavinho, minha mãe me proibiu de falar contigo.

Otávio – Mas você quer fazer isso?

Maysa – Claro que não, mas eu tenho que obedecê-la.

Otávio – Então nossa amizade acaba aqui?

Maysa abaixara a cabeça, fechara os olhos e deixara uma lágrima rolar.

Otávio – Está bem, mas antes eu quero que você saiba que eu…

Professora Carmem – Será possível? Maysa sua mãe conversou comigo e eu vou seguir tudo o que ela disse.

Otávio – Eu já to voltando pro meu lugar.

Marina acordara cedo para voltar a Recife e ver Thiago novamente. Andressa também iria com ela.

Marina – Vamos logo, mana.

Andressa – Calma, você já viu ele ontem, não tem pra quê estar assim para vê-lo.

Marina – Então eu vou sozinha.

Andressa – Já estou prontíssima para ir.

As duas entraram no carro e seguiram para João Pessoa, mais precisamente o apartamento de Thiago.

Clarisse já estava de saída para deixar Otávio na escola quando percebeu o semblante do filho.

Clarisse – Você tá tão desanimado filho.

Otávio – Que nada, mãe.

Clarisse – Você precisa se abrir comigo, quem sabe eu não te ajudo?

Otávio – É que a mãe de uma colega minha proibiu ela de falar comigo.

Clarisse – Que coleguinha é essa?

Otávio – A Maysa.

Clarisse – Aquela bonitinha que você é apaixonado?

Otávio – Eu não sou apaixonado por ela.

Clarisse – Eu estou vendo isso no brilho dos seus olhos, mas não se preocupe por que eu e o seu pai vamos falar com ela.

Otávio – O papai vai voltar?

Clarisse – Quem disse que ele foi embora?

Otávio – Ele não tava em casa hoje.

Clarisse – Own, filho, você sabe como seu pai é: Ele viaja muito. Mas ainda hoje eu vou falar com ele, está bem?

Otávio – Tá.

Clarisse – Chegamos a escola, na saída eu te pego e aproveito pra falar com a mãe da sua coleguinha.

Marina e Andressa chegaram ao apartamento de Thiago e ele as recebeu.

Thiago – Meu amor!

Marina o abraçou e o beijou.

Marina – Thiago, essa é a minha irmã, Andressa.

Thiago – Prazer.

Andressa – O prazer é todo meu.

Thiago – Vamos entrar?

Os três foram para a sala de estar e Thiago as serviu um café cm torradas.

Thiago – Me desculpem a simplicidade, mas é que casa de solteiro…

Marina – Solteiro?

Thiago – Não-casado.

Marina – Ah.

Thiago – Eita, esqueci de desligar a maquina de lavar. Esperem aí.

Thiago foi para a área de serviço e a campainha tocou.

Marina – Eu atendo.

Marina foi à porta ver quem era e quando a abriu se deparou com Clarisse.

Leia em Caminhos Singelos: Otávio tenta falar com Maysa

Marina deixa Creusa sozinha no restaurante. Pedro diz que vai desistir de se comunicar com Marina. Alcione mente para Thiago que tem um novo namorado. Otávio tenta falar com Maysa. Marina vai para João Pessoa com Andressa. Otávio conta a Clarisse sobre ele e Maysa. Clarisse vai para a casa de Thiago e encontra Marina.

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Caminhos Singelos | Capítulo 28 [ÚLTIMAS SEMANAS]

Marina chegara em casa cansada e afundara no sofá.

Andressa – Marina, és tu?

Marina – Sim, Dessa, sou eu.

Andressa – Me conta como foi!

Marina – Perfeito, eu realmente amo…

Andressa – Merda, esqueci a panela no fogão. Espere aí que eu vou desligar.

Andressa correu em disparada para a cozinha e Marina ficara só na sala. De repente um calafrio começou a lhe subir a espinha. Era Pedro que estava atrás dela, de alguma forma estranha ela quase podia senti-lo.

Marina – Pedro?

Pedro – Sim, meu amor, diga que está me ouvindo. Por favor, diga.

Ela continuou parada, sentindo que havia mais alguém ali.

Marina – Que besteira a minha, mas de repente bateu uma saudade, Pedro. Seja lá onde estiver, saiba que independentemente de qualquer pessoa que entrar na minha vida você sempre será meu primeiro amor.

Pedro – Por favor, eu sei que dá. Me ouça, deixa eu te tocar.

Naquele momento tudo se desfez. Pedro desapareceu e os olhos de Marina instantaneamente se fecharam.

Andressa – Tava falando sozinha?

Marina – Não, quer dizer… eu tive uma sensação estranha…

Clarisse deixara Marcelo em casa em Recife e voltara para João Pessoa. Chegando em casa percebeu que não havia ninguém, nem sequer uma sombra.

Clarisse – Claro! Sem empregada, Carol e Rodrigo devem ter levado o Tavinho para almoçar fora. Quer saber? Eu to precisando desse momento só.

Ela entrou no banheiro, tomou um banho de água quente e lágrimas começaram a rolar do seu rosto.

Clarisse – Por que você foi fazer isso comigo, Thiago? Agora eu vou ter que matar aquela vagabunda, o sangue dela irá lavar minha honra.

Enquanto arrumava as coisas no seu apartamento e percebeu que suas roupas todas foram escolhidas por Clarisse. Uma vez solteiro, ele outra pessoa.

Thiago – Vou comprar roupas novas.

Thiago fora ao centro da cidade, passara na loja de sapatos e comprara tênis, depois entrara numa loja de roupas e pegara algumas camisas. Ele estava entrando na loja de jeans quando se deparou com Alcione saindo de lá cheia de sacolas.

Thiago – Alcione? Tá fazendo o quê aqui?

Marina contava toda a história para Andressa, mas foi interrompida pelo telefone.

Marina – Então eu disse tudo pra ele, simplesmente coloquei pra fora…

O telefone tocou.

Andressa – Eu vou atender.

Marina – Pode deixar que eu mesma o faço.

Ela tirou o telefone do gancho.

Marina – Alô?

Creusa – Marina, minha filha, se esqueceu de mim foi?

Marina – Claro que não, eu só andei ocupada nesses dias.

Creusa Será que nós podemos almoçar hoje então?

Marina – É que a Andressa tá fazendo a comida, aí eu não sei…

Creusa – Até que ponto você vai deixar essa mulher impedir nossa relação, você está colocando-a acima da sua própria mãe, Marina. Eu te pus no mundo.

Marina – Tá bem? Qual é o restaurante?

Creusa – Papa’s.

Marina – Te encontro lá em meia hora.

Marina desligou o telefone.

Andressa – Quem era?

Marina – Mamãe, ela quer almoçar comigo.

Andressa – Eu fiz escondidinho, você vai almoçar com ela?

Marina – Você sabe como ela faz chantagem emocional…

Andressa – Essa é a arte que ela domina.

Clarisse decidira visitar Milton no asilo ao qual ele estava. Talvez isso torne mais fácil a convivência dele lá.

Recepcionista – Boa tarde.

Clarisse – Boa tarde, eu sou filha do Milton de Oliveria.

Recepcionista – Ah, o paciente novo. Deseja fazer uma visita?

Clarisse – Sim.

Ao mesmo tempo pensou: “Não, eu vim comprar pão, sua idiota”. A moça encaminhou Clarisse para o quarto dele e ela o encontrou sentado olhando o jardim na janela.

Clarisse – Milton?

Milton – A filha ingrata se lembrou de que tem um pai?

Clarisse – Já vi que não deveria ter vindo.

Milton – E para que veio?

Clarisse – Pra saber como é que você tá?

Milton Péssimo, dois dias já sem beber. Eu to enlouquecendo.

Clarisse – Será que você só pensa na bebida? Desde quando eu era criança…

Milton – Eu sei de có a história da sua infância, não precisa repetir.

Clarisse – Claro, por que você acabou com ela.

Milton – E como está a sua família?

Clarisse – Bom você ter tocado no assunto. Thiago está se divorciando de mim.

Milton – Sua máscara caiu, foi?

Clarisse – Não, mas tem uma vagabunda na jogada. O que é dela tá bem guardadinho.

Milton – Você é uma idiota mesmo.

Clarisse – Por quê?

Milton – Esse negócio de acabar com alguém é coisa de novela. Isso é a vida real.

Clarisse – E o que sugere que eu faça?

Milton – Já ouviu falar do ditado: “Tenha teus amigos perto e teus inimigos mais próximos ainda”?

Clarisse – Está sugerindo que eu fique amiga dela?

Milton – Sim, será mais fácil atingi-la assim.

Marina chegara ao restaurante e encontrara Creusa já sentada a uma das mesas.

Creusa – Filha, tudo bem?

Marina – Tudo ótimo e com a senhora?

Creusa – Bem melhor agora.

Marina – Vai pedir o quê?

Creusa – Escolha você.

Marina – Que tal um frango a passarinha e uma salada irlandesa?

Creusa – Sim.

Elas pediram o almoço e o silencio reinou naquela mesa.

Marina – Tem uma coisa que preciso lhe falar.

Creusa – Pode dizer.

Marina – Eu estou namorando.

Creusa O quê?

Marina – Eu estou namorando.

Creusa – Qual é a piada? Você é uma viúva, tem que se dar ao respeito.

Marina – Eu sou uma mulher, tenho que ser feliz.

Creusa – Aí, já tá falando igual à vagabunda da sua irmã.

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Leia em Caminhos Singelos: Marina sente a presença de Pedro

Marina sente a presença de Pedro. Clarisse jura que vai matar Marina. Thiago encontra Alcione em uma loja de roupas cara. Marina vai almoçar com Creusa. Clarisse vai visitar Milton e ele dá um conselho importante para a vingança dela. Marina conta a Creusa que está namorando.

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Caminhos Singelos | Capítulo 27 [ÚLTIMAS SEMANAS]

Marina soltou o beijo de Thiago.

Marina – Eu queria muito ficar aqui, mas preciso voltar para Recife.

Thiago – Não, por favor, fica só essa noite?

Marina – Não dá, mas eu prometo que amanhã mesmo eu estarei de volta , minha irmã deve tá preocupada e eu não quero pegar transito.

Thiago – Deixa-me ir com você, então?

Marina – Olha essa bagunça? Eu quero tudo arrumado, menino levado.

Thiago – Professora Marina, então me ajuda a arrumar?

Marina – É seu dever de casa.

Thiago – Então me dá só mais dez beijos de despedida.

Marina – Um só.

E eles dois se beijaram novamente.

Maysa e Otávio conversavam calmamente quando uma mulher bonita e alta fez sombra sobre eles.

Giovana – Maysa, o que está fazendo?

Otávio – Quem é ela?

Maysa – Ela é…

Giovana – Eu sou Giovana Falcão, a mãe dela.

Otávio – Oi, eu sou o Otávio.

Giovana – Interessante, minha filha nunca comentou nada sobre você.

Maysa Mãe, ele só meu amigo.

Giovana – Eu já disse que uma menina da sua idade não tem amigos, apenas amigas.

Otávio – Mas eu gosto muito da sua filha, dona Giovana.

Giovana – Eu não quero que você continue a conversar e se relacionar com ele, Maysa. Vou falar com seus professores sobre isso.

Maysa – Não, mãe.

Giovana – É o melhor para você.

E Giovana pegou na mão da filha para irem embora. Maysa olhou de relance para Otávio e pôde perceber o seu semblante triste.

Clarisse parou o carro na frente do conjunto de apartamentos de Thiago.

Clarisse – Marcelo, você precisa subir lá, o apartamento dele é o 203 e esperar uma mulher sair de lá. Sutilmente, você desce perto dela e me indica quem é para a gente segui-la.

Marcelo – E se não tiver nenhuma mulher lá?

Clarisse – Tem sim, minha intuição não falha.

Marcelo – Então tá.

Marcelo então foi ao apartamento, subiu um andar a mais e ficou observando a movimentação do 203. A porta se abriu e alguém saiu de lá, era uma mulher muito bonita. Marcelo a seguiu. De volta ao carro, ele indicou Marina para Clarisse.

Marcelo – É aquela.

Clarisse – Ótimo, vamos ver para qual bordel ela está indo.

Pedro e Miguel desmaterializaram no centro da cidade celestial, onde ficavam os ministérios.

Pedro – O que estamos fazendo aqui?

Miguel – Eu não tinha te falado antes por que ainda não via necessidade nisso, mas diante a todo o seu sofrimento acredito que queira fazer isso.

Pedro – Mas fazer o quê?

Miguel – Está vendo aquele prédio? [Ele apontou para um arranha-céu com vidros espelhados]

Pedro – Sim.

Miguel – Lá é o ministério da comunicação. Onde os espíritos tentam enviar uma mensagem para seus parentes, cônjuges, amigos e etc.

Pedro – Por que não me dissesse isso antes?

Clarisse e Marcelo seguiam o carro de Marina de perto, que já estava se direcionando para a saída da cidade.

Marcelo – Ela está saindo da cidade.

Clarisse – Tem certeza que é a mulher certa?

Marcelo – Claro.

Clarisse – Então ela era a pendência que ele tinha para resolver lá hoje. Bom saber.

E eles continuaram a seguindo até Recife, onde Marina entrou no bairro e parou na casa dela. Lá ela guardou o carro na garagem e Clarisse estacionou o seu carro algumas casas antes da dela.

Marcelo – Vamos fazer o quê agora?

Clarisse – Acho melhor voltar, não posso deixar meu filho longe do pai e da mãe.

Marcelo – E quanto a ela?

Clarisse – Já sei o endereço, o que é dela está guardado.

Rodrigo fora pegar Otávio na escola. O garoto entrou no carro com a face triste.

Rodrigo – Tá triste, sobrinho preferido?

Otávio – Também, eu sou o único.

Rodrigo – Você ainda não respondeu a minha pergunta.

Otávio – Não é nada.

Rodrigo – Tão novinho e já levou o fora de uma garota? Você vai ter que se acostumar…

Otávio – Não é isso, não é nada. Vamos para casa.

Rodrigo – Tá bom, se é isso que você quer…

Minutos depois e eles já estavam em casa novamente. Rodrigo entrou em casa e viu que apenas Carolina estava lá.

Rodrigo – Cadê a população dessa casa?

Carolina – Nem te conto… Ah, Tavinho, vai tomar um banho tá bem? A gente vai almoçar fora hoje.

Otávio – Aham.

Caroline – Nossa, ele tá desanimado.

Rodrigo – Eu também percebi isso, mas e aí, me conta o que tá acontecendo?

Carolina – Clarisse e Thiago se separaram.

Rodrigo – O quê? Como assim? Por quê?

Carolina – Foi o Thiago quem pediu o divorcio, ele disse que estava apaixonado por outra pessoa.

Rodrigo – Eu vou matar aquele canalha.

Carolina – Que matar que nada, a Clarisse tá reagindo bem, ela só ficou chorando por umas duas horas e já saiu de casa.

Miguel e Pedro entraram no ministério, lá, Miguel mostrou para ele as câmaras de habilitação.

Pedro – Como funciona?

Miguel – Você entra em uma das câmaras e concentra sua energia, ela irá transportá-la para perto do alvo de comunicação e, dependendo da sua força, você conseguirá transmitir alguma mensagem a ela.

Pedro – Entendi, mas eu já posso entrar?

Miguel – Fique à vontade.

Pedro então entrou na câmara e fechou os olhos para se concentrar melhor.

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Leia em Caminhos Singelos: Marcelo e Clarisse seguem Marina

Marina se despede de Thiago. Giovana proíbe Maysa de falar de Otávio. Marcelo e Clarisse seguem Marina. Miguel revela para Pedro que há uma maneira de ele ver Marina na terra e ela senti-lo. Marcelo e Clarisse descobrem onde Marina mora. Carolina conta a Rodrigo que Clarisse e Thiago se divorciaram. Pedro chega ao ministério da comunicação.

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Caminhos Singelos | Capítulo 26 [ÚLTIMAS SEMANAS]

Marina estava chegando a João Pessoa quando ligou para Thiago.

Thiago – Marina? Que surpresa!

Marina – Eu ‘tou em João Pessoa, preciso falar com você urgentemente.

Thiago – Está bem, mas anote aí o endereço do meu apartamento.

Thiago deu o endereço e em cerca de vinte minutos Marina chegou ao prédio. Thiago a recebeu na entrada e eles subiram.

Thiago – Desculpe a bagunça, é que eu acabei de me mudar.

Marina – Mas já? E a sua mulher?

Thiago – Eu decidi me separar.

Marina – Por quê? Ela te traiu?

Thiago – Não, minha mulher é uma santa, eu me separei por que sou apaixonado por você.

Clarisse se encontrava esparramada na cama, sem saber como reagir àquela nova fase, Carolina chegou e bateu na porta mesmo ela estando aberta.

Clarisse – Entra, Carol. [Clarisse se sentou e deixou espaço para a irmã fazer o mesmo].

Carolina – Tudo bem?

Clarisse – Como haveria de estar? Meu marido, ou devo dizer, ex-marido, não me quer mais.

Carolina – E nem você o quer mais, pelo que parece.

Clarisse – O que você quer dizer?

Carolina – Eu descobri que você traiu o Thiago.

Clarisse – Quem te disse isso, é uma calunia!

Carolina – Eu não vou te passar sermão, você é minha irmã, sempre estarei ao seu lado, mas não quero que haja segredos entre nós.

Clarisse – O Thiago não dava sinal de vida há um bom tempo né? Quando o Marcelo chegou, eu simplesmente não resisti aqueles olhos, aquela boca desejosa…

Carolina – Poupe-me dos detalhes sórdidos.

Clarisse – Está bem.

Pedro estava agora na casa de Thiago, Miguel se juntara a ele para assistir a cena de Thiago e Marina conversando.

Marina – E por quê? Ela te traiu?

Thiago – Não, minha mulher é uma santa, eu me separei por que sou apaixonado por você.

Pedro – Por que, heim?

Miguel – É importante para ela reconstruir a vida, o primeiro passo é esse romance, depois, ela voltará a ensinar…

Pedro – Acho que um romance deveria ser por último, não?

Miguel – Já ouviu falar que a ordem dos fatores não altera o produto?

Pedro – Que no caso seria…

Miguel – A felicidade dela. Todavia receio que já devamos ir, há algo a sua espera no nosso lar.

Enquanto isso… Marina e Thiago continuavam a conversar.

Thiago – A gente conversou tanto, sobre tanta coisa, mas você acabou sem me dizer o motivo de ter vindo às pressas para cá.

Marina – Você, você é o motivo. Eu pensava que não podia viver outro romance, por que fui feliz uns anos com meu ex-marido. Eu achei que nós não daríamos certo por que nem sequer nos conhecemos bem, porém o amor é isso, é se apaixonar pelo brilho dos olhos e amar cada defeito. Eu quero viver essa aventura, quero segurar a sua mão no loop dessa montanha russa.

Thiago – Era tudo que eu precisava ouvir nesse momento.

Thiago partiu para cima de Marina e a beijou apaixonadamente.

A campainha da casa de Marina tocou, Andressa foi atender à porta. Era Creusa.

Andressa – Você por aqui?

Creusa – Cadê minha filha?

Andressa – Não está.

Creusa – E pra onde ela foi?

Andressa – Foi atrás da felicidade dela.

Creusa – O que você quer dizer com isso?

Andressa – Ela está em João Pessoa.

Creusa – Ah, eu não confio em vagabundas, prefiro entrar e conferir por mim mesma.

Andressa – Se não me aceita como filha, tudo bem. Mas eu não vou tolerar xingamentos só por que você me pariu, eu sempre soube que não gostava de mim, sempre foi o papai a pilastra daquela família e depois dele ter morrido eu simplesmente enlouqueci tendo que conviver com você. Insuportável, é isso que você é!

Creusa – Você que sempre foi uma ingrata. Eu te dei tudo e você se torna uma mulher do pornô.

Andressa – Eu não preciso ficar ouvindo essas coisas de você nem de ninguém. Por favor se retire.

Creusa – E se eu não quiser sair.

Andressa bateu a porta na cara dela.

Otávio e Maysa esperavam seus pais chegarem para buscá-los.

Otávio – Pena que o dia já acabou, né?

Maysa – Por quê? A escola também acabou por hoje.

Otávio – Sei lá, eu gosto da sua companhia.

Maysa – Eu também gosto da sua, mas…

Otávio – Mas o quê.

Maysa – Eu gosto de você, Tavinho. MUITO!

Otávio – Eu também te adoro.

Maysa – Você não tá me entendendo…

Maysa já ia terminar a frase quando uma mulher alta e bonita parou em frente a eles.

Marcelo chegara a Recife e combinara de se encontrar com Clarisse em um motel.

Marcelo – Cheguei pra te consolar. [Ele começou a tirar a camisa]

Clarisse Não é esse o tipo de consolo que eu quero.

Marcelo – E é qual?

Clarisse – Mais do que a um amante, agora eu preciso de um parceiro.

Marcelo – Explique-se melhor.

Clarisse – O Thiago se separou de mim por que está gostando de outra. Eu preciso que você me ajude a descobrir quem ela é.

Marcelo – E se eu não quiser ser mais o amante.

Clarisse – Quer ser o oficial? Sabe quanto tempo faz que não transo com o Thiago?

Marcelo – Então eu prefiro ser quem te faz gemer.

Clarisse – Vai me ajudar?

Marcelo – Vou. O que devo fazer?

Clarisse – Aposto que a vagabundinha tá no apartamento dele. Vamos lá.

Marcelo – É pra já.

Os dois saíram de lá, pegaram o carro na garagem e tocaram rumo para a residência de Thiago.

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Leia hoje em Caminhos Singelos: Marina se declara para Thiago

Marina chega ao novo apartamento de Thiago. Thiago conta a Marina que se separou de Clarisse. Carolina revela para Clarisse que já sabe de sua traição e a apoia. Miguel conduze Pedro para uma surpresa no plano celestial. Marina se declara para Thiago. Creusa vai fazer uma visita a Marina e dá de cara com Andressa. Andressa bate a porta na cara da mãe. A mãe de Maysa aparece na escola Machado de Assis. Clarisse pede ajuda à Marcelo para separar Thiago e Marina.

CAMINHOS SINGELOS – HOJE ÀS 19:00

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IMPERDÍVEL, últimas semanas de Caminhos Singelos!


Marina resolve encarar o romance com Thiago pela sua felicidade:

“Você, você é o motivo. Eu pensava que não podia viver outro romance, por que fui feliz uns anos com meu ex-marido. Eu achei que nós não daríamos certo por que nem sequer nos conhecemos bem, porém o amor é isso, é se apaixonar pelo brilho dos olhos e amar cada defeito. Eu quero viver essa aventura, quero segurar a sua mão no loop dessa montanha russa.”

Mas Clarisse está disposta a acabar com Marina e reconquistar Thiago a qualquer custo:

“O Thiago se separou de mim por que está gostando de outra. Eu preciso que você me ajude a descobrir quem ela é.” “Aposto que a vagabundinha tá no apartamento dele.”

E Andressa decide bater de cara com sua mãe, Creusa:

 ”Se não me aceita como filha, tudo bem. Mas eu não vou tolerar xingamentos só por que você me pariu, eu sempre soube que não gostava de mim, sempre foi o papai a pilastra daquela família e depois dele ter morrido eu simplesmente enlouqueci tendo que conviver com você. Insuportável, é isso que você é!”

Giovana Falcão chegou para abalar a amizade de Maysa e Otávio:

“Eu não quero que você continue a conversar e se relacionar com ele, Maysa.”

NESTA SEGUNDA – ÀS 19:00

CAMINHOS SINGELOS | NO CLUB +TV

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NÃO PERCA, últimas semanas de Caminhos Singelos!

Marina resolve encarar o romance com Thiago pela sua felicidade:

“Você, você é o motivo. Eu pensava que não podia viver outro romance, por que fui feliz uns anos com meu ex-marido. Eu achei que nós não daríamos certo por que nem sequer nos conhecemos bem, porém o amor é isso, é se apaixonar pelo brilho dos olhos e amar cada defeito. Eu quero viver essa aventura, quero segurar a sua mão no loop dessa montanha russa.”

Mas Clarisse está disposta a acabar com Marina e reconquistar Thiago a qualquer custo:

“O Thiago se separou de mim por que está gostando de outra. Eu preciso que você me ajude a descobrir quem ela é.” “Aposto que a vagabundinha tá no apartamento dele.”

E Andressa decide bater de cara com sua mãe, Creusa:

 ”Se não me aceita como filha, tudo bem. Mas eu não vou tolerar xingamentos só por que você me pariu, eu sempre soube que não gostava de mim, sempre foi o papai a pilastra daquela família e depois dele ter morrido eu simplesmente enlouqueci tendo que conviver com você. Insuportável, é isso que você é!”

Giovana Falcão chegou para abalar a amizade de Maysa e Otávio:

“Eu não quero que você continue a conversar e se relacionar com ele, Maysa.”

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Caminhos Singelos | Capítulo 25

Os dois foram para o quarto, Thiago abraçara as duas mãos de sua mulher e engolira em seco.

Thiago – O que eu tenho pra dizer não é fácil, mas eu não posso ficar te enganando.

Clarisse – Diz logo, eu to ficando preocupada.

Thiago – Eu quero me separar, estou apaixonado por outra pessoa.

Clarisse – Que tipo de brincadeira é essa? Pode parar.

Thiago – Não é brincadeira, eu não quero que você viva uma ilusão de casamento. Eu me apaixonei por outra pessoa, quero viver esse amor.

Clarisse – Duvido que ela te faça feliz como eu.

Thiago – Durante 10 anos eu fui feliz com você, mas eu não mando no meu coração.

Clarisse – Na verdade você nunca me amou, todos sabem que você se casou as pressas comigo por causa da gravidez.

Thiago – Não faz assim, eu posso não ter me apaixonado, mas eu gosto de você, da sua companhia. Você é uma ótima mulher.

Clarisse – E o agente? Fica por aqui?

Thiago – Sempre vai ter um nós, eu, você e o nosso filho.

Clarisse – Não faz isso comigo. Eu ainda te amo.

Thiago – Eu vou fazer minhas malas.

Clarisse – Esse apartamento é seu, eu que devo ir embora.

Thiago – Esse apartamento é do nosso filho.

Marina e Andressa sentaram no sofá. E Marina começou a contar a história.

Marina – Naquele dia no shopping, lembra-se daquele homem que me abordou?

Andressa – Lembro sim, espere aí. É ele!

Marina – Ele o quê?

Andressa – O cunhado da Carolina, meu Deus!

Marina – Ele é traído pela esposa?

Andressa – Sim, mas qual é a relação entre você e ele?

Marina – Naquele dia, rolou um beijo e… hoje ele me disse que está apaixonado.

Andressa – Que coisa boa, mas e você? O que sente por ele?

Clarisse saíra do quarto, decidira que seria melhor para si mesma se não se obrigasse a ver metade do closet ser esvaziada, receando que a outra metade fosse naquela mesma mala.

Carolina – Mana, o que houve?

Clarisse – É o Thiago, ele resolveu sair de casa.

Carolina – Por quê?

Clarisse – O coração dele decidiu que amava outra pessoa.

Carolina – Você deve tá arrasada.

Clarisse – Bem mais do que meu rosto deixa transparecer.

Carolina – Deixa eu te abraçar.

As duas então se abraçaram enquanto Alcione observava a cena da cozinha, pensando numa última forma de abstrair dinheiro da patroa.

Pedro já estava naquela sala há algum tempo, pudera ouvir sua mulher e cunhada conversando. Agora esperava a resposta de Marina, estaria ela apaixonada por Thiago?

Andressa – Que coisa boa, mas e você? O que sente por ele?

Marina – É complicado, eu namorei o Pedro anos, depois passamos um tempo noivos para finalmente casarmos e o destino no separar. Eu o amava. Agora Thiago chega sem mal me conhecer dizendo que me ama, afinal qual das duas histórias é um romance?

Andressa – As duas, o que seu coração quer? Um relacionamento desgastante, quer aprender a conviver, aprender a amar alguém? Ou quer uma aventura, quer arriscar com alguém que te faça ficar sem ar, mas que a cima de tudo te faça feliz?

Marina – Eu amo o Thiago!

Andressa – E o que você vai fazer?

Marina – Eu vou atrás dele, vou contar que a mulher dele o trai e que eu sou a mulher da vida dele.

Andressa Então vai.

Marina pegara a bolsa e saíra correndo em direção a porta, sem perceber que deixara um Pedro naquela sala, derrotado, chorando.

Thiago arrumara todas as suas coisas e saíra de casa, pegara o carro e fora para o apartamento que ele morava na época de solteiro e fora desocupado recentemente. Alcione, como uma mosca intrusa, foi de encontro a patroa.

Alcione – Bem feito.

Clarisse – Bem feito? Eu me livrei de você, seu verme nojento. A partir de agora você está demitida.

Alcione – Antes eu quero um cheque de duas mil pilas.

Clarisse – Tá louca, é? Eu não te devo nada.

Alcione – Eu sei que você ainda tem esperanças de reconquistá-lo.

Clarisse – E vou.

Alcione – Então eu vou colocar mais um obstáculo em seu caminho, ele saberá quem batia em quem nessa família.

Clarisse – Você não me conhece, sua imunda. Não sabe o que eu passei com aquele velho.

Alcione – Não to nem aí, eu quero minhas pilas.

Clarisse – Eu vou fazer um cheque, mas você vai ter que sumir daqui.

Alcione pegou o cheque e saiu da casa. Clarisse fora para o quarto e ligara para o amante, Marcelo.

Clarisse – Marcelo, eu preciso que você venha aqui.

Marcelo – O que houve?

Clarisse – Thiago se separou de mim, eu quero tirar isso da minha cabeça.

Marcelo – Com muito prazer.

Clarisse – Te espero.

Marcelo – Até mais tarde.

Ela desligou o telefone e olhou para a própria face no espelho.

Clarisse – Essa separação está me custando muito cara, quem quer que seja a vagabundinha que conquistou o coração do meu marido, ela vai pagar muito caro.

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Caminhos Singelos | Capítulo 24

Na casa de Marina, Andressa serviu um café para ela e a convidada que não fora chamada.

Andressa – Então?

Carolina – E aí, como estás?

Andressa – Já que você quer continuar com essa faça eu vou entrar no seu jogo. Outro dia eu tava passando no shopping e vi sua irmã com o marido, um bonitão, meio baixo, mas tinha uns olhos azuis…

Carolina – Olhos azuis? Meu cunhado tem olhos castanhos!

Andressa – Então era um amante.

Carolina – Engano seu, minha irmã é uma santa.

Andressa – Minha memória é ótima, saiba disso.

Carolina – Espera aí, eu vou pegar uma foto dela no meu celular.

Carolina tirou o celular da bolsa e colocou uma foto dela com Clarisse.

Andressa – É ela mesma.

Carolina – Impossível.

O celular dela começou a tocar.

Carolina – Alô, Thiago?

Thiago – Você tá aonde?

Carolina – No mesmo lugar.

Thiago – Eu to passando aí pra te pegar agora.

Carolina – E para quê essa pressa?

Thiago – Daqui a pouco eu chegarei.

E ele desligou o telefone.

Carolina – É o meu cunhado, ele está vindo me pegar, quando aparecer você o verá no carro e vai me dizer se é ele o homem que viu.

Andressa – Ok.

Marcelo e Clarisse já estavam completamente nus quando o celular tocou.

Marcelo – Ah, não.

Clarisse – Eu tenho que atender, pode ser importante.

Ela foi olhar na bolsa quem era.

Clarisse – É o Thiago.

Marcelo – To começando a me arrepender de não ter matado ele.

Clarisse – Oi, amor.

Thiago – Clarisse, eu estou indo para Recife, quero falar contigo assim que chegar aí.

Clarisse – Amor, eu estou no meio de uma massagem.

Thiago – É muito importante.

Clarisse – Então tá, beijo.

Ela desligou o celular.

Clarisse – Lascou, o Thiago tá indo pra Recife e quer conversar comigo lá.

No plano espiritual, Pedro deitara-se na grama verde de um dos parques e permanecera lá. Lágrimas começaram a rolar do rosto dele. Miguel se juntara a ele.

Miguel – O que há?

Pedro – Marina, eu a acompanhei estes dias e ela não pensa em mim, não se importa mais comigo. Apaixonou-se muito rápido por outro alguém.

Miguel – Mas não era você quem mais queria vê-la feliz?

Pedro – E quero, mas há tantas outras formas de alguém ser feliz! Trabalho, família, amigos…

Miguel – Nada pode deixar uma pessoa mais triste ou feliz do que o amor. Ter alguém que lhe faça cantar sem motivo, que te tire o sono. O amor é um sentimento muito complexo, ele atinge limites máximos.

Pedro – Acho que no fundo eu a queria só para mim.

Miguel – Pedro, você precisa entender que está passando por uma transição difícil. Você vai superar.

Pedro – Eu vou tentar superar.

Thiago estacionara de frente a casa de Marina, Andressa olhara pela janela para ver quem era.

Andressa – Não foi ele que eu vi no shopping.

Carolina – Então a minha irmã santinha anda pulando a cerca…

Andressa – As santas são as piores, acredite em mim.

Carolina – To começando a descobrir isso.

Andressa – Acho melhor você ir logo, o gatão tá esperando.

Carolina – Olha o respeito com meu futuro ex-cunhado.

Andressa riu e Carol foi embora. Ela entrou no carro e viu a expressão apreensiva de Thiago.

Carolina – Cunha, você tá tenso.

Thiago – É que eu vou ter uma conversa não muito agradável com a sua irmã quando chegar lá.

Carolina – Nossa, o que houve?

Thiago – Na hora certa você e todos os demais saberão.

Marina chegara a casa dela e viu que um carro estava saindo de lá. Entrara e fora direto conversar com a irmã.

Marina – Tinha alguém aqui, Dessa?

Andressa – Tinha sim, aquela mosca morta que eu dei uns tapas naquele dia.

Marina – E você a recebeu aqui?

Andressa – Nem te conto, sem querer eu a fiz descobrir que a irmã tem um amante. Mas e aí, saiu por quê?

Marina – É uma longa história.

Andressa – Desembucha, sabes que nós nunca tivemos segredos.

Thiago e Clarisse chegaram a casa, mas Clarisse ainda não estava lá.

Thiago – Alcione, cadê Clarisse?

Alcione – Ela foi pro SPA, ainda não voltou.

Thiago – Eu sei, mas eu liguei para ela e falei que era pra ela vir.

A porta se abriu e Clarisse entrou.

Clarisse – Já estou aqui, amor, qual o assunto de tanta importância?

Thiago – É melhor conversarmos em outro lugar.

Os dois foram para o quarto, Thiago abraçara as duas mãos de sua mulher e engolira em seco.

Thiago – O que eu tenho pra dizer não é fácil, mas eu não posso ficar te enganando.

Clarisse – Diz logo, eu to ficando preocupada.

Thiago – Eu quero me separar, estou apaixonado por outra pessoa.

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Caminhos Singelos | Capítulo 23

Na estrada para Recife, Thiago e Carolina viajavam sem trocar uma palavra, o que era muito estranho.

Thiago – E aí, cunhada, quais são os seus assuntos em Recife?

Carolina – É uma pendência de quase um mês atrás, vou aproveitar que falta pouco tempo para mim ir embora e resolver logo isso.

Thiago – Misteriosa?

Carolina – Presta atenção na estrada, se a Clarisse souber que você tá olhando para os meus peitos ela te mata.

Thiago – Eu não tava olhando.

Carolina – Eu sei disso, era só para descontrair.

E eles riram.

Clarisse pegava seu carro na garagem do condomínio. Ligou o carro e saiu. Duas horas depois chegou ao seu destino, seu telefone tocava, era Marcelo, ela atendera pelo carro mesmo.

Clarisse – Acabei de chegar.

Marcelo – Eu to na minha casa, tem como vir aqui?

Clarisse – Claro, me espera pelado.

Marcelo – Vou pensar na sua proposta.

Clarisse – Beijo.

Marina lia um livro, esparramada no sofá quando ouviu seu celular tocar. Saiu então procurando pelo aparelho na sala de estar e o encontrou na mesa de centro, atrás do vaso de flores.

Marina – Alô?

Thiago – Aqui é o Thiago se lembra de mim?

Marina – Claro.

Thiago – Eu estou em Recife e queria saber se não tem como agente se encontrar para conversar?

Marina – Tem sim.

Thiago – Onde?

Marina – Hoje tá um calor né? Que tal numa sorveteira, conhece a Bakana?

Thiago – Conheço.

Marina – Pronto, a gente se vê lá.

Thiago desligara o telefone e percebeu que Carolina observara toda a conversa.

Carolina – Quem era?

Thiago – O Ernani, eu vim conversar com ele.

Carolina – O Ernani, sei…

Thiago – Sem desconfianças, né, cunhadinha? Você sabe que eu me separaria antes de trair sua irmã.

Carolina – Sei…

Thiago – E aí, quer que eu te deixe onde?

Carolina – Numa certa casa, vou te passar o endereço.

Thiago – Tá bem.

Carolina passou o endereço da casa de Marina para Thiago e lá ele a deixou. Depois seguiu para a sorveteria.

Marina estava sentada numa mesa reclusa quando viu Thiago chegar.

Marina – Thiago!

Thiago – Marina, você tá bem?

Marina – Bem melhor, mas e você, como está?

Thiago – Melhor agora.

Marina – Como assim?

Thiago – Eu vou te mandar a real, eu não consegui parar de pensar em você por um minuto sequer nos últimos dias, eu não senti isso nem pela minha mulher.

Marina – Deixa de bobagem, Thiago.

Thiago – Olha nos meus olhos e me diz que você não sentiu o mesmo e eu saio daqui e nunca mais volto a te procurar.

Marina – Eu não posso negar que pensei em você nesses últimos dias, mas um romance entre nós é impossível, você é um homem casa, tem até filho e eu sou uma viúva recente.

Thiago – Será que você não consegue enxergar a chance que nos está sendo dada? O destino quer que a gente seja feliz novamente.

Marina – Desde quando você acredita em destino?

Thiago – Desde quando meus lábios tocaram os seus.

A campainha da casa de Marina tocou e Andressa foi abrir para saber quem era.

Andressa – Meu Deus, quem será a essa hora.

Ela olhou pela janela e percebeu que era Carolina.

Andressa – Ninguém merece.

Abriu o portão eletrônico e a indesejada entrou.

Carolina – Andressa?

Andressa – O que você quer?

Carolina – Ah, eu tava passando por aqui e resolvi te fazer uma visita.

Andressa – Eu vou repetir: o que você quer?

Carolina Já falei, quero conversar, não tem um café por aqui?

Andressa – Tem sim. Vou pegar.

Marina olhava estatelada para Thiago, por mais que também o amasse não poderia jamais juntar-se a ele.

Marina – Não faz assim.

Thiago – Por favor, eu faço o que você quiser. Posso separar da minha mulher, me mudar para aqui, mas não pede para eu me afastar de ti.

Marina – Não dá, a gente mal se conhece.

Thiago – Me dê essa chance.

Marina – Isso é impossível, você não é um homem livre.

Thiago – Eu vou me separar e vou vir correndo para os seus braços, já decidi.

Então ele levantou, roubou um beijo de Marina e saiu da sorveteria.

Marina – NÃO! Isso tem que ser pensado com calma…

Na casa de Marina, Andressa serviu um café para ela e a convidada que não fora chamada.

Andressa – Então?

Carolina – E aí, como estás?

Andressa – Já que você quer continuar com essa faça eu vou entrar no seu jogo. Outro dia eu tava passando no shopping e vi sua irmã com o marido, um bonitão, meio baixo, mas tinha uns olhos azuis…

Carolina – Olhos azuis? Meu cunhado tem olhos castanhos!

Caminhos Singelos | Capítulo 22

Ela abriu o portão e segundos depois, Creusa entrara

Creusa – Muito bonito, isto, Parabéns!

Marina – O quê, mamãe?

Creusa – Minha única filha sai do hospital e nem me pede para buscá-la. Você acha que quem vai cuidar de ti nesse período de recuperação, essa pilantra?

Andresa – Alto ar.

Creusa – A conversa ainda não chegou ao chiqueiro.

Andressa – Agora você vai me ouvir.

Creusa – Diga, vaga.

Andressa – Se não quer mais falar comigo, me apagar da sua vida, tudo bem. Mas eu não fiz nada para você está me chamando desses nomes, é melhor fingir que eu não existo do que me xingar pelos cantos.

Creusa – Eu não estou te xingando. Quando a chamo de pilantra, porca ou vagabunda só caracterizo você, não passa do que você é.

Marina – Ei, você veio aqui para falar mal da minha irmã, foi? Se foi por isso por favor saia.

Creusa – É esta a cena que eu estou presenciando? Minha filha me expulsando da casa dela por causa de uma produtora de filmes pornô? É assim que você dá valor a sua vida?

Marina – Sai daqui. A Andressa não merece ouvir essas bobagens, depois eu marco da gente se encontrar.

Creusa – Aguardo seu telefonema.

E ela saiu da residência.

Rodrigo, Carolina e Otávio chegaram a casa, Clarisse conversava com Thiago no quarto enquanto Alcione colocava a mesa.

Rodrigo – Cheirinho bom.

Alcione – Dona Clarisse pediu para fazer uma comidinha especial.

Clarisse – Pedi mesmo, vamos aproveitar que a família está toda reunida.

A porta se abriu e Milton entrou, nada sóbrio.

Milton – Olha que cena linda, a família reunida para um almoço, até meu filho que estava Deus sabe aonde veio e não convidaram o papaizinho?

Clarisse – Tavinho, vai pro quarto.

Otávio – Mas mãe…

Clarisse – Alcione, enterta o meu filho um pouco enquanto nós conversamos com o meu pai.

Então Alcione se retirou junto com Otávio.

Thiago – Que bom que você chegou, Milton, pois Carolina e Rodrigo vieram aqui justamente para decidir o seu futuro.

Milton – Como assim?

Carolina – É um fato que sua presença nessa casa não é mais bem vinda, aliás nunca foi. Olha o seu estado. Você vive bêbado, eu no lugar da Clarisse já teria te posto para fora.

Rodrigo – E você passou dos limites quando levantou a mão para bater na minha irmã que só te faz bem.

Milton – Clarisse, você sabia disso? Foi você quem armou isso? Foi você quem pôs todos eles contra mim?

Clarisse – Pai, eu juro que eu não sabia de nada. Eu não ia nem comentar aquele episódio…

Milton – Cobra…

Carolina – Tá vendo? Ela é a única que te chama de pai e você a xinga? Minha irmã é uma santa, não merece ter que te aturar.

Rodrigo – É isso mesmo, ela não merece pagar pelos seus pecados.

Thiago – Vamos voltar ao assunto principal que é o destino do pai de vocês.

Milton – Que destino? Eu vou ficar aqui!

Carolina – Não, você vai para uma casa geriátrica.

Milton – Tá me chamando de velho?

Rodrigo – Acredite, nós ainda estamos sendo gentis em te dar uma opção confortável como essa.

Milton – Vocês não podem fazer isso comigo, Clarisse, por favor, faça alguma coisa.

Clarisse – Meus irmãos e meu esposo parecem decididos. Não há nada que se possa fazer.

Carolina – Não defenda-o. Já passou da hora dele aprender a dar valor as oportunidades que a vida dá a ele.

Rodrigo – Nós chegamos ao consenso que amanhã o senhor já vai ser levado. É bom fazer as malas.

Os dias foram se arrastando, Milton fora levado para o asilo; Otávio perguntava por o avô sumira, eles mentiam dizendo que ele havia viajado; Thiago não parava de pensar em Marina; Marina não esquecia seu beijo com Thiago; Thiago chegara à conclusão de que já estava na hora de vê-la novamente.

Bem cedo, hora do café da manhã, todos se sentaram a mesa, exceto Rodrigo que fora para balada no dia anterior e ainda não acordara.

Thiago – Clarisse, eu vou pra Recife hoje, tenho uns assuntos para resolver lá.

Clarisse – Mas a gente foi lá duas semanas atrás.

Thiago – Eu tenho uns assuntos pendentes, tenho que ir.

Clarisse – Thiago, você tá tão distante e hoje é sua folga.

Thiago – Eu já me decidi.

Clarisse – Não precisa ser tão frio.

Thiago – Desculpe, eu só queria te avisar que vou viajar.

Carolina – Cunha, eu posso ir contigo? Também tenho uns assuntos pendentes lá.

Thiago – Sim, claro.

Clarisse – Ótimo, assim eu fico mais tranquila.

Carolina – Eu vou colocar umas coisas na minha bolsa.

Clarisse – Bem, já que todos estão seguindo seu rumo, eu vou passar o dia inteiro no SPA e pedir para o Digo pegar o Tavinho na escola.

Thiago – Está bem, tchau. Te cuida, filhão.

Clarisse – Tcau te amo.

Thiago saiu com Carolina mais uma vez sem responder ao “te amo” da mulher. Clarisse foi para a sacada e fez uma ligação no celular.

Clarisse – Se prepara, por que eu vou praí hoje.

Marcelo – Hoje?

Clarisse – Agora, vou só esperar o Thiago se afastar um pouco do apartamento.

Marcelo – Então vem voando!

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Caminhos Singelos | Capítulo 21

Thiago aproximou seu rosto do de Marina e pouco a pouco seus lábios foram se encostando.

Pedro – Quem é esse safado?

Miguel – É o futuro dela.

Pedro – Eu tenho que fazer alguma coisa!

Miguel – Já vi que estava errado, você não está preparado para isto.

Pedro – Eu não consigo acreditar, instantes atrás ela estava chorando por mim e agora se agarra com ele!?

Miguel – Pedro, você nunca vai deixar de ser especial para ela, porém este homem, Thiago, é que foi escalado pelo destino para viver ao lado dela.

Pedro – E eu?

Miguel – Quem sabe em outras vidas… mas agora temos que ir embora.

Pedro – Leve-me logo daqui.

O beijo acabou. Eles ficaram se olhando um pouco tontos até se recuperarem.

Thiago – Desculpe, eu não deveria, mas… eu só…

Marina – Não precisa explicar, não vai acontecer de novo. Você é casado, eu não estou livre.

Thiago – Eu não queria te deixar assim, mas preciso procurar minha esposa…

Marina E eu minha irmã.

Thiago – Me dá seu telefone? Eu venho sempre a Recife, talvez devêssemos ser amigos.

Marina – Sim, amigos.

Ela ditou o número do seu celular e ele a deu um cartão com seus contatos.

Thiago – Até a vista.

Marina – Até.

Clarisse e Marcelo entraram no W.C. Família e trancaram a porta. Começaram a se agarrar no mármore da pia. Marcelo tirou a blusa de Clarisse. O celular tocou.

Clarisse – Droga, é o meu celular.

Ela pegou o aparelho e olhou o identificador.

Clarisse – Para, para. É o meu marido.

Marcelo – Ah…

Clarisse – Oi, meu amor.

Thiago – Eaí, Clarisse? Achou o joguinho?

Clarisse – Não, acho melhor a gente procurar em João Pessoa mesmo.

Thiago – Nos encontramos no carro?

Clarisse Sim, estou indo ao estacionamento AGORA.

Thiago – Eu também, beijo.

Clarisse – Tchau, te amo.

Thiago desligou o telefone sem responder.

Marcelo – Não vá agora.

Clarisse – Tenho que ir, tchau.

Clarisse deu um beijo no amante e foi embora.

Maysa e Otávio estavam no colégio, a um banco reservado, lanchando.

Maysa – Brigada por me defender naquela hora.

Otávio – Eu não fiz mais do que minha obrigação, você é minha amiga.

Maysa – Só amiga?

Otávio – Só. Nós somos crianças ainda.

Maysa – É só que…

Otávio – O quê?

Maysa – Nada, nós somos amigos mesmo. É muita bobagem daquela gente dizer que a gente tá namorando.

Otávio – É, bobagem.

Os dois abaixaram a cabeça, o beijo na testa, o abraço, o selinho, os gritos dos colegas, tudo conspirava para que ficassem juntos.

Creusa estava em sua casa, rezando pela filha que ainda estava no hospital.

Creusa – Ah, minha santa, por favor, interceda na vida da minha filha. Ela precisa se recuperar. Quer saber, eu vou fazer uma visitinha relâmpago para ela.

Ela fez o sinal da cruz, pegou a bolsa e chamou um táxi para ir ao hospital. Chegando lá foi fazer o cadastro na recepção e recebeu a noticia.

Recepcionista – A paciente foi liberada mais cedo, senhora.

Creusa – Como assim liberada? Isso é impossível. Ela teria me chama para leva-la até minha casa onde poderei cuidar dela.

Recepcionista – Sinto muito, senhora, mas ela não está mais aqui.

Creusa – Foi a ratazana da Andressa colocando caraminholas na cabeça dela, eu vou tirar satisfação desta história agora.

Thiago e Clarisse chegaram em casa e se depararam com Carolina e Rodrigo assistindo a televisão no sofá.

Clarisse – Rodrigo!

Rodrigo – Mana!

Clarisse – Como é que você vem sem avisar, eu teria adiado a viagem a Recife.

Rodrigo – O Thiago sabia.

Thiago – Ah, foi mesmo, mas ele tinha me contado há tanto tempo que havia esquecido.

Rodrigo – E aí, cunhadão?

Thiago – Beleza?

Clarisse – Família reunida, vou mandar a empregada fazer uma almoço especial. Carol pode pegar o Tavinho no colégio?

Carolina – Claro.

Rodrigo – Eu vou também, to com saudades do moleque.

Thiago – Vou tomar uma ducha, lavar essa perna logo.

Clarisse – To indo falar com a Alcione.

Clarisse foi para a cozinha e lá estava Alcione, lavando as louças com um fone de ouvido.

Clarisse – Dragão!

A empregada não ouviu. Clarisse tirou os fones de ouvido da orelha dela.

Alcione – Que foi, dona Clarisse?

Clarisse – Da próxima vez que não me ouvir por que está escutando essas porcarias eu arranco essa tua orelha.

Alcione – E eu conto ao seu Thiago que você bate no próprio papaizinho.

Clarisse – Não faz mal, eu arranco a língua para não falar, a mão para não escrever e até o cérebro se preciso for esquecer.

Alcione – Faça-me rir.

Clarisse – Se eu quizer, eu te mato!

Alcione – Você não teria coragem para isso.

Então Thiago vinha chegando.

Thiago – Amor, viu minha toalha?

Clarisse – Não.

Alcione – Eu coloquei pra lavar, quer que pegue outra?

Thiago – Deixe que eu mesmo pego.

Marina e Andressa olhavam as peças que tinha comprado quando a campainha tocara. Era Creusa.

Marina – Mamãe, eu deixo entrar?

Andressa – Claro, vai deixar a velha do lado de fora?

Marina – Está bem.

Ela abriu o portão e segundos depois, Creusa entrara batendo palmas.

Creusa – Muito bonito, isto, Parabéns!

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Caminhos Singelos | Capítulo 20

Thiago fora para uma direção, subindo as escadas rolantes e Clarisse seguiu em frente. Ele fora andando para a praça de alimentação e começou a se interessar por uma mala que havia numa vitrine próxima a ele. Foi andando devagarzinho e esbarrou em alguém.

Thiago – Desculpe.

Marina – Não há de quê.

Thiago – Espere aí, você?

Marina – Oi, parece que ficamos quites agora.

Thiago – Pois é, eu te machuquei?

Marina – Não, mas tem algo diferente em ti, não tem?

Thiago A perna, tirei o gesso.

Marina – Ah, que ótimo.

Thiago – Um raio não deve cair no mesmo lugar por acaso, né? Que tal tomarmos um café?

Marina – Vamos. Andressa?

Andressa – Não, brigada. Eu vou olhar uma blusa linda que vi naquela loja, um arraso. Depois a gente se vê.

Marina – Então tá.

Thiago – Posso te perguntar só uma coisa antes de a gente sentar?

Marina – Claro.

Thiago – Qual é o seu nome?

Os dois riram.

Marina – Prazer, Marina. E o seu?

Thiago – Thiago, o prazer é todo meu.

Clarisse com algum esforço conseguira encontrar o amante na loja de sapatos indicada.

Clarisse – Marcelo?

Marcelo – Clarisse.

Os dois se beijaram.

Marcelo – Que saudades.

Clarisse – Eu também tava queimando.

Marcelo – A vontade que tenho é te levar pra cama agora.

Clarisse Vai ficar pra próxima, por que eu vim aqui a pretexto de comprar o brinquedinho que o meu filho queria.

Marcelo – Coitadinho do Otávio, nem vai ter o brinquedinho dele, mas eu vou me divertir muito.

Clarisse – Não sei como, eu não posso sair deste shopping.

Marcelo – Já ouviu falar em W.C da família?

Clarisse – Safado!

Os dois saíram de mãos dadas pelos corredores. Andressa passava perto deles e reparou em Clarisse. Todos seguiram tranquilamente.

Rodrigo estava sentado no sofá, assistindo a televisão.

Rodrigo – Carol, a Clarisse não chega hoje, não?

Carolina – Não sei, Rods. Ela foi ao médico, essas coisas podem demorar.

Rodrigo – Se ela chegar de noite, eu vou sair, quero nem saber.

Carolina – Você sabe para quê o cunhado te chamou, né?

Rodrigo – O velho andou aprontando. Falando nele, onde é que tá mesmo?

Carolina – Não sei, deve estar em algum boteco por aí.

Rodrigo – Aquele ali só sabe aprontar.

Carolina – A Clarisse é uma santa por aguentar ele todos os dias na casa dela.

Rodrigo – Também não pegue pesado, Carol, ele ainda é nosso pai.

Carolina – Sabe o que levou o Thiago a nos ligar? Ele queria bater na Clarisse. Quem tá pegando pesado agora, em?

Alcione chegou com uma jarra de suco na bandeja e colocou-a sem cima do centro. Em seguida virou de costas para Rodrigo e agachou para servir o liquido nos copos. Virou e entregou-os.

Alcione – Aqui o suco.

Rodrigo – Valeu.

Carolina – Pode ir.

Alcione saiu rebolando.

Carolina – Que cara de pau.

Rodrigo – Que foi?

Carolina – Não tá óbvio? Ela praticamente se atirou em você.

Rodrigo – Não tenho culpa se meu charme atrai até as serviçais.

Carolina – Metido.

Pedro voltara ao plano celestial menos ansioso, porém ainda inconformado com a tristeza da mulher.

Pedro – Não é justo. Eu deveria poder abraçá-la, consolá-la.

Miguel – Isso não cabe mais a você. É melhor se conformar.

Pedro – Eu queria ao menos saber se ela está melhor.

Miguel – Acho que vou te quebrar esse galho.

Pedro – Vai me levar?

Miguel – Segure a minha mão.

Miguel estendeu a mão para Pedro e este a pegou. Novamente seus corpos se transformaram em um clarão luminoso e eles reapareceram na cafeteria do shopping. Defronte a mesa de Marina e Thiago.

Thiago – Me conta mais sobre você.

Marina – Bem, eu também fiquei internada naquele hospital, mas meu caso foi diferente.  Eu e me ex-esposo sofremos um acidente de carro e eu fiquei lá por umas semanas para me recuperar.

Thiago – Vejo que ainda usa a aliança.

Marina – Ele não resistiu ao impacto.

Pedro e Miguel observavam estagnados.

Thiago – Por isso a tristeza em seu olhar. Mulheres bonitas não deveriam ficar assim tão tristes.

Marina – Está sendo muito difícil pra mim.

Thiago aproximou seu rosto do de Marina e pouco a pouco seus lábios foram se encostando.

Pedro – Quem é esse safado?

Miguel – É o futuro dela.

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Caminhos Singelos | Capítulo 19

O cemitério estava deserto àquela hora do dia. Porém, nem todos podiam ver que Miguel e Pedro estavam lá também.

Pedro – Por que viemos para aqui?

Miguel – Há alguém que você quer ver chegando.

Pedro olhou para o lado e percebeu que Marina vinha se aproximando, linda, da sua sepultura. Ela se ajoelhara lá perto e depositara flores em cima do epitáfio.

Marina – Pedro, por que foi tão cedo? Eu te amava tanto, tanto… Não é justo comigo. [Lágrimas começaram a brotar nos olhos dela]

Pedro – Meu amor, eu não queria. Acredita em mim.

Miguel – Ela não pode te ouvir, ver ou até mesmo notar sua presença.

Pedro – Isso não é justo.

Miguel – Injusta é a lei dos homens.

Marina – Eu te amava tanto, eu preciso tanto de você. Meu amor, meu amor!

Pedro correra para abraçar sua esposa, mas não conseguira. Seus braços atravessaram o corpo dela.

Miguel – Já está na hora de irmos.

Pedro – Não, por favor, me deixa passar mais um tempo olhando para ela.

Miguel – Já chega por hoje.

Clarisse deixara Thiago na sala do médico e saíra para fazer uma ligação ao seu amante.

Clarisse – Alô, Marcelo, to em Recife.

Marcelo – Vem me ver, então?

Clarisse – Não, não dá. Eu só estou esperando o Thiago sair do médico e a gente vai voltar para João Pessoa.

Marcelo – Não, a gente precisa pelo menos se ver. Deixa eu ir aí no hospital.

Clarisse – Não, é muito arriscado. Eu vou dar um jeito de ir para aquele shopping com nome indígena, a gente se encontra lá depois do almoço, ok?

Marcelo – Está bem, to morrendo de saudades.

Clarisse – Eu também, gostoso.

Marcelo – Repete?

Clarisse – Gostoso. [E terminou a ligação]

Andressa correra para sua irmã, ela sabia que a emoção tomaria conta dela sem pudor.

Andressa – Vamos, minha irmã.

Marina – Não, eu quero ficar. Eu quero o Pedro, nem que eu tenha que me enterrar junto com ele.

Andressa – Que nada. Vamos embora.

Marina – Não, não, não! Eu quero Pedro!

Andressa – Eu tive uma ideia. Vamos para o shopping.

Marina – Será que não dá pra entender? Eu não to com cabeça para sair e muito menos me divertir.

Andressa – Nós só vamos fazer compras por que você está precisando.

Marina – Eu não quero. Sem o Pedro eu não quero nada.

Andressa – Vamos, você vai melhorar depois disso que eu sei!

Thiago finalmente saíra do consultório do médico, sem o gesso na perna, e Clarisse fora ao seu encontro.

Clarisse – E aí, meu amor, como foi?

Thiago – Poderia ter sido melhor.

Clarisse – Como assim? Ele tirou o gesso…

Thiago – Mas eu vou ter que fazer fisioterapia e não posso fazer esforço.

Clarisse – Isso tudo é por que vai perder mais duas peladas com o pessoal do condomínio. Sinceramente…

Thiago – Pelo menos eu vou trabalhar, ocupar minha cabeça…

Clarisse – Que estresse. Vamos logo, eu vou passar no shopping para comprar aquele jogo que o Tavinho queria.

Thiago – Por que a gente não compra lá?

Clarisse – O shopping é aqui do lado, não custa nada.

Andressa conseguira, com muito esforço, arrastar sua irmã para o shopping. Porém Marina não demonstrava mínima animação no rosto.

Andressa – Olhe, acho que um cafezinho e umas roupas vão melhorar o seu astral rapidinho.

Marina – Mana, eu to viúva. Aos vinte e cinco anos.

Andressa – Marina, o amor ainda vai lhe sorrir novamente, tenho certeza.

Marina – Será? Por que eu não quero…

Andressa – Que querer? O amor não tem querer. Ele vem, bate e pum! Coração enlouquece.

Marina – Só você pra me animar nessa situação.

Andressa – Eu sou sua irmã, esquece? Irmã é pior que marido, é na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença, na secura e na fartura com hora extra depois da morte.

Marina – Eu te amo.

Andressa – Eu também me amo, brincadeira… te amor, mana!

Clarisse chegara no shopping com Thiago e logo começara a reclamar, naquele dia, algo estranho se passava com ele.

Thiago – Ai, que fome!

Clarisse – Quer saber, amor? Vai comer um pouquinho, movimentar essa perna, por que eu vou ficar rodando para achar o brinquedinho do nosso filho. Daqui a pouco eu te ligo, ok?

Thiago – Está bem, eu to indo pra praça de alimentação.

Thiago fora para uma direção, subindo as escadas rolantes e Clarisse seguiu em frente. Ele fora andando para a praça de alimentação e começou a se interessar por uma mala que havia numa vitrine próxima a ele. Foi andando devagarzinho e esbarrou em alguém.

Thiago – Desculpe.

Marina – Não há de quê.

Thiago – Espere aí, você?

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Caminho Singelos | Capítulo 18

Miguel permanecera sumido por um bom tempo, sempre guardando Marina, mas, por outro lado, Pedro desolara-se completamente. Sem saber o que fazer. Ele estava sentado na grama de um dos parques da cidade quando sentiu uma mão tocando seu ombro.

Miguel – Sozinho?

Pedro – Miguel?!

Miguel – O que fazes longe de todos?

Pedro – Pensando, ultimamente é meu único passatempo.

Miguel – Sinto informar-lhe que não será por muito tempo.

Pedro – Como assim?

Miguel – Você vai poder ir comigo para a Terra muito em breve.

Pedro – Em breve? Por que não hoje, agora?

Miguel – Você já sabe a resposta.

Pedro (Resmungando) – Tudo ao seu tempo…

Marina já se sentia perfeitamente melhor, pois andava, comia, lia romances. Só aguardava receber alta do hospital.

Médico – Marina?

Marina – Oi, doutor.

Médico – Quem virá buscá-la?

Marina – Para onde?

Médico – Você receberá alta hoje.

Marina – Sério? MEU DEUS!

Médico – Quem virá buscá-la?

Marina – Ninguém, eu quero fazer uma surpresa a minha família.

Médico – Então bem. Pode ir se preparando.

No apartamento de Clarisse, Thiago estava se preparando para viajar.

Thiago – Querida, vamos logo. Eu quero tirar essa coisa da minha perna.

Clarisse – Calma, eu não posso esquecer nada.

Thiago – Vamos!

Então os dois desceram o elevador e foram para o carro.

Clarisse – Você deveria tirar esse gesso aqui em João Pessoa, mesmo.

Thiago – Foram eles que fizeram, melhor que eles desfaçam. Você costumava gostar tanto de Recife?

Clarisse – E gosto, mas é que… é que… [O rosto de Marcelo foi a sua mente]

Thiago – É melhor sair logo.

Na escola de Otávio, era aula de educação física, as meninas foram para um lado e os meninos para outro da quadra.

Professor – Hoje a brincadeira é queimada.

Alguns meninos gritaram na linha de trás.

Professor – Meninas de um lado, meninos de outro.

Natália – Professor, não é justo, eles são mais fortes.

Agatha – Que nada, nós vamos dar um trato neles.

Maysa olhou para Otávio e sorriu, ele o devolveu. O professor apitou e o jogo começou, as meninas arremessaram a bola primeiramente, mas não conseguiu atingir ninguém. Paulo pegou a bola e jogou diretamente para Maysa que se desviou e jogou a bola para Agatha, que tentara queimar Otávio, mas ele também se desviou e mais uma vez Paulo pegou a bola, jogou diretamente na barriga de Maysa e a atingiu.

Maysa – Ai!

Otávio – O que foi?

E saiu correndo para ajudá-la.

Paulo – Ui, foi ajudar a amiguinha. Ôh, cê tá jogando em qual time?

Otávio – Você a machucou!

Paulo – É a brincadeira, uai.

Otávio – Da próxima vez que você machucá-la eu vou te dar um murro.

Paulo – To morrendo de medo.

Otávio foi indo em direção do rival, raivoso, mas ouviu a voz de Maysa.

Maysa – Não precisa.

Agatha – Ta namorando, tá namorando.

E o resto dos alunos a seguiram no coro, menos Paulo que sentia ciúmes.

Marina saíra do quarto com um vestido branco e cachos ao vento, Thiago ia vindo do outro lado do corredor com uma muleta. Marina pouco se distraíra e nele esbarrou. Uma das muletas caiu.

Marina – Me desculpa, eu sou uma desastrada mesmo.

Thiago – Não tem nada.

Os dois tentaram pegar a muleta que caíra e suas mãos se tocaram. Instantaneamente trocaram um olhar e algo novo começou a nascer.

A campainha do apartamento de Thiago e Clarisse tocou. Alcione foi atender. Era um homem moreno, auto, cabelos bem penteados. Ela suspirou.

Rodrigo – Eu sou Rodrigo, irmão da Clarisse.

Alcione – Então é você o irmão da dona Clarisse?

Rodrigo – Sim.

Alcione – Eu sou Alcione, ao seu dispor. Pode entrar.

Carolina estava indo para a cozinha quando viu Rodrigo.

Carolina – Rods!

Rodrigo – Carol! Não sabia que estava aqui.

Carolina – Se ligasse, me desse alguma atenção ou algo do tipo saberia.

Rodrigo – Foi o Thiago quem te chamou também?

Carolina – Sim, mas eu cheguei há dias!

Rodrigo – Eu falei para ele que iria demorar, mas falando sobre o Thiago, cadê ele?

Carolina Nem te conto. Ele foi atropelado em Recife há uns quinze dias e hoje foi tirar o gesso.

Rodrigo – Ah.

Marina deixara o hospital pensando no moço bonito que esbarrara nela, mas ele usava aliança e o corpo de seu marido ainda nem esfriara na cova. Ela pegou um táxi para casa, Andressa a recebeu.

Andressa – Por que não me pediu para ir buscá-la?

Marina – Eu queria fazer uma surpresa.

Andressa – Já fez, agora entra.

Marina – Não, Dessa. Eu queria que você em levasse para um lugar antes.

Andressa – Está bem.

E as duas entrara no carro, no caminho Marina contou para onde era.

No plano celestial, Miguel fora atrás de Pedro nas margens de um rio.

Miguel – Pedro?

Pedro – Oi.

Miguel – Chegou a hora.

Pedro – Nós vamos para a Terra?

Miguel – Sim.

Pedro – E o que eu preciso fazer?

Miguel – Mergulhe no rio.

Pedro, sem pensar duas vezes pulou no rio e Miguel também pulou. Os corpos deles se desfizeram em luz e apareceram em um cemitério.

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Caminhos Singelos | Capítulo 17

Clarisse – O que eu tenho a ver com isso?

Alcione – Quero que dê uma surra nele.

Clarisse – Por causa de você? Faça-me rir.

Alcione – Ou isso, ou eu conto tudo pro seu Thiago agora.

Clarisse – Escute aqui, sua bactéria nojenta.

E Clarisse apertou o queixo da empregada e o ergueu para cima.

Clarisse – Eu to por aqui das suas ameaças, tudo que quero hoje é ficar do lado do meu marido, por isso eu vou te dar um chequezinho de mil e quinhentos para você comprar algumas roupas e ir pro seu forró hoje. Está bem?

Alcione – Agora você tá falando minha língua.

Clarisse – Mas tem um porém.

Alcione – O quê?

Clarisse – Vai ter que beijar meu pé.

Alcione – Ah, isso nunca.

Clarisse – Então eu vou chamar o seu Milton aqui.

Alcione – Tá bom.

E a empregada agachou, olhou para os pés de Clarisse e deu um beijo.

Clarisse – Assim que eu gosto, agora vaza.

Alcione – E o cheque?

Clarisse – Vou pegar na bolsa.

Marina parara de andar um pouco e novamente se sentara na cama.

Marina – Mana, você tá me devendo uma coisa.

Andressa – O quê?

Marina – O que ouve entre você e a mãe?

Andressa – É complicada, digamos que ela soube da minha profissão da pior maneira possível.

Marina – Eu sempre te disse que era pra ter contado logo.

Andressa – Marina, nós fomos criadas numa casa com uma estatueta de algum santo ou objeto religioso a cada metro quadrado, como eu ia dizer isso a ela?

Marina – E como ela soube?

Andressa – Eu encontrei com uma imbecil que conheci no Rio, ex-namorada do Jorge, e ela deixou escapar.

Marina – Não entendo essas pessoas que só querem prejudicar.

Andressa – Mas eu dei uma lição que ela nunca mais vai esquecer.

Marina – Como foi?

Andressa – Acho que por hoje já tá bom, daqui a pouco sua mãe chega e eu não preciso ser humilhada novamente.

Marina – Tchau, mana.

Andressa saia do hospital quando avistou sua mãe, Creusa, ao longe. Deu um longo suspiro e continuou a caminhar. Creusa entrava na clínica para ver sua filha. Passou na recepção, fez o crachá e foi direto ao quarto.

Creusa – Querida.

Marina – Por que a senhora brigou daquele jeito com a Dessa?

Creusa – Ela é uma vagabunda, e vagabundas não merecem respeito.

Marina – Ela não é uma vagabunda, ela é minha irmã. Será que você não consegue entender? A Andressa trabalha honestamente, não anda se prostituindo nem é um usuário e drogas para merecer esse julgamento.

Creusa – Você sabia disso?

Marina – Claro.

Creusa – Então você apoiou a sem vergonhice dela? Meu Deus, onde eu errei com vocês?

Marina – A senhora tem que dar graças a Deus da Andressa não ter se perdido.

Creusa – Graças a Deus? Não fale o nome do Nosso Senhor em vão.

Otávio chegara a escola na terceira aula, uma hora antes do recreio. Chegara na classe e todas as atenções voltaram-se para ele. Maysa sorriu e este foi-lhe devolvido.

Maysa – O que aconteceu? Faltou tantos dias, fiquei sozinha…

Otávio – Me desculpe, meu pai quebrou a perna em Recife e eu fiquei com ele no hospital.

Maysa – Mas ele está bem?

Otávio – Tá sim.

Maysa começou a chorar.

Otávio – O que foi?

Maysa – Eu pensei que você não ia voltar mais, que não queria mais me ver por causa do Paulo.

Otávio – Sua boba, claro que eu ia voltar. Eu te amo.

Maysa – Você o quê?

Otávio – Desculpe, eu não devia ter falado isso.

Maysa – Eu também gosto muito de você.

Ela foi dar um beijo no rosto dele, mas Otávio também teve essa intenção e as suas bocas se encostaram.

O celular de Clarisse tocara e ela correra para atender, pois pelo número era Marcelo.

Clarisse – Alô?

Marcelo – Eu estou em João Pessoa, vamos nos encontrar?

Clarisse – Não, eu já disse que isso não vai acontecer.

Marcelo – Marinho Motel, em meia hora.

Clarisse – Não.

Thiago – Quem é, meu amor?

Clarisse – Está bem, Milena. Eu vou aí te encontrar.

E ela desligou o aparelho.

Thiago – Que houve?

Clarisse – É a Milena, diz que tem algo muito importante para contar.

Thiago – Então vai.

Clarisse – Carol, tem como ficar com o Thiago enquanto eu dou uma passadinha lá? Na volta eu aproveito e pego o Tavinho na escola.

Carolina – Claro, mana. Pode ir.

Clarisse saiu de casa e Carolina fora para o quarto colocar uma camisola.

Thiago – Por que mudou a roupa?

Carolina – Aqui faz muito calor.

Thiago – Não tinha algo mais longo.

Carolina – Para com isso, Thi. Você é meu cunhadinho.

Thiago – Não deixo de ser homem.

Carolina foi para cima de Thiago, mas sem encostar-se a ele.

Carolina – Eu não tenho nenhuma malicia para contigo.

Thiago – Para…

Então Carol saiu e foi para a cozinha.

Clarisse entrou no quarto de Motel e encontrou Marcelo já de cueca e deitado na cama.

Clarisse – Que é isso, meu senhor?

Marcelo – Poxa, pensei que não ia mais chegar.

Clarisse – E eu ainda cogitei essa hipótese.

Marcelo – Mas lembrou-se do que a gente faz quando tá junto?!

Clarisse – Não. Na verdade, imaginei as coisas que ainda poderíamos fazer.

Marcelo – Então vem cá.

E Clarisse pulou na cama, aos beijos com o amante.

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Caminhos Singelos | Capítulo 16

Marina não suportara a noticia da morte de seu marido.

Marina – É mentira, não é? Diz que é, por favor!

Creusa – Infelizmente não é, minha filha. O velório já até aconteceu.

Marina – Não pode ser, por que logo comigo? A gente tava tão feliz!

Creusa – Essas coisas acontecem.

Marina – Acontecem? Acidentes domésticos acontecem, gravidezes acontecem, momentos acontecem, mas morte? Como você consegue agir com tanta naturalidade?

Creusa – A vida me ensinou a ser forte.

Marina – Não, mãe, a vida endureceu seu coração. Onde está a Andressa?

Creusa – Sua irmã não está aqui.

Marina – Claro que está. Quando eu acordei a vi.

Creusa – Foi engano, você tava dopada ainda.

Marina – Eu não to louca, chama minha irmã, ela é minha melhor amiga.

Creusa – Quando ela se lembrar de você, ela te visita.

Marina – Liga pra ela, eu preciso dela.

Creusa – Eu só vou fazer isso por… por que…

Marina – O que tá acontecendo? Parece até que brigaram nesse meio tempo.

Creusa – É melhor ela te explicar.

O celular de Andressa tocou, ela temeu que fosse Carolina, mas para sua surpresa era sua mãe.

Creusa – Não fale nada, não me responda. Isto não é uma conversa! Sua irmã já sabe da morte do Pedro e precisa do seu apoio no hospital. Estou saindo daqui a cinco minutos, cronometre sua chegada para não se aproximar de mim.

E a linha caiu. Andressa se sentiu humilhada.

Andressa entrou no quarto abraçou a irmã e sentiu as lágrimas quentes caindo-lhe no ombro nu.

Andressa – Eu sinto muito, irmã.

Marina – Eu preciso tanto de você, preciso tanto dele.

Andressa – Você vai achar outra pessoa.

Marina – Mas é ele que eu amo!

Andressa – Eu sinto muito, muito mesmo.

E as duas permaneceram abraçadas.

Pedro de repente sentira um dor no seu interior. Como uma facada que só sentira no hospital.

Pedro – Ai, ai.

Betânia – Filho, está bem?

Pedro – Não. Ai!

Miguel – É Marina. Ela descobriu que ele está morto.

Pedro – Eu preciso vê-la. Por favor!

Miguel – Não, ainda não.

O corpo de Miguel se fez em uma luz e ele sumiu.

Pedro – Droga!

Clarisse e Marcelo se beijavam descontroladamente, encostados à parede até que ouviram passos.

Clarisse – Para, para! Tem alguém chegando.

Marcelo deu uma espiadela e era Carolina.

Marcelo – É a sua irmã.

Clarisse – Meu Deus, eu to toda descabelada.

Marcelo – É só dar uma ajeitadinha aqui e pronto.

Então Clarisse saiu de lá como se nada tivesse acontecido.

Clarisse – Carol, olha o seu estado.

Carolina – Foi uma delinquente, ladra de namorados.

Clarisse – Quem?

A porta do quarto ao lado se abriu e Andressa saiu de lá.

Carolina – Ela!

Andressa – Carolina? O que aconteceu com seu rosto?

Carolina – Vagabunda, você me paga! Mana, tá escuro?

Clarisse – O que?

Carolina Meu rosto.

Clarisse – Não, só tá vermelho.

Carolina – Eu vou te matar!

Clarisse – Não se rebaixe, irmã. Vamos ao toalete.

Andressa simplesmente riu.

Thiago estava sendo liberado do hospital e a família toda já estava voltando para João Pessoa. Eles entraram no carro com um Thiago de perna engessada e muletas. Horas depois já estavam em Jampa.

Alcione – Seu Thiago, o que aconteceu?

Thiago – Eu sofri um pequeno acidente em Recife. Nada demais.

Alcione – Em Recife? Ah!

Clarisse olhou para ela e fez sinal para ir a cozinha.

Clarisse Eu vou beber um pouco de água.

As duas finalmente se encontraram na cozinha.

Alcione – Mentirosa, eu vou contar tudo agora para ele.

Marina já se sentia bem melhor e pela primeira vez em dias iria andar novamente, Andressa lhe ajudava a descer da cama.

Marina – É tão bom ficar de pé!

Andressa – Será que você ainda sabe andar?

Marina – Acho que sim.

Então Andressa soltou-a e Marina saiu caminhando pelo quarto.

As duas finalmente se encontraram na cozinha.

Alcione – Mentirosa, eu vou contar tudo agora para ele.

Clarisse – Não exagera, vermicida. Ele tava numa das escalas do voo quando sofreu acidente.

Alcione – É mesmo? Vou perguntar…

Clarisse – Pode ir, quem não deve não teme.

Alcione – E tem mais, seu pai nojento ficou vindo pra cima de mim enquanto vocês tava fora.

Clarisse – O que eu tenho a ver com isso?

Alcione – Quero que dê uma surra nele.

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Caminhos Singelos | Capítulo 15

Carolina chegara a casa de Marina e o portão elétrico foi aberto. Ela entrara na casa e encontrara Andressa sentada no sofá, tomando uma taça de champanhe.

Carolina – O que você quer?

Andressa – Apenas conversar, está servida?

Carolina Eu não bebo à luz do dia.

Andressa – Não muda nada. Enfim, vamos direto ao assunto.

Carolina – O que você quer comigo?

Andressa – Ainda pergunta. Você me encontra por acaso, destrói minha relação com minha mãe e ainda pergunta o que eu quero com você?

Carolina – Sim. E repito: o que você quer comigo?

Andressa – Meu desejo é arrancar cada fio de cabelo seu com uma pinça, mas esse é o seu nível. Onde eu fui criada a gente resolve de outra forma.

Carolina – Se enxerga, eu não fiz nada.

Andressa – Você azedou minha relação até o momento saudável com minha mãe!

Carolina – Não to nem aí!

Andressa – Vadia.

E Andressa deu um tapa na cara de Carol.

Andressa – Isso é por você ter nascido.

E deu outro tapa.

Andressa – Isso é por você ter cruzado meus caminhos singelos.

E bateu na outra face do rosto.

Andressa – Finalmente, essa é por ter acabado com minha relação com minha própria mãe.

Bateu mais uma vez, o rosto já estava ficando vermelho.

Andressa – E essa última é por não se importar!

Andressa bateu mais forte nesse do que todos os outros.

Então Pedro foi para frente dela, assim pôde reconhecê-la.

Pedro – Tia Betânia?

Betânia – Pedro, querido.

E eles deram um forte abraço.

Pedro – Eu queria tanto te encontrar, mas eles não deixaram.

Betânia – Eu entendo, aqui tudo é assim. Singelamente calmo.

Pedro – Então você sabia que eu já estava aqui?

Betânia – Sim. Infelizmente não pude fazer nada.

Pedro – Ah, já faz tanto tempo. Eu tenho orado tanto por você.

Betânia – E eu tenho escutado suas orações querido, por isso tenho certeza que vinheste direto para cá, sem passar pelo umbral.

Pedro E eu vim.

Thiago, Clarisse, Otávio conversavam no quarto de hospital.

Thiago – Amor, me deixa conversar um pouco à sós com meu filho, aí você aproveita e conhece o Marcelo melhor, ele é um cara gente fina.

Clarisse – Eu não preciso saber mais nada dele.

Thiago – Ele nem te conhece, pelo menos tenta. Por mim.

Clarisse – Tá bom, mas é por você! E se ele não sair vivo a culpa não é minha.

Thiago – Eu assumo o risco.

Clarisse hesitou ao sair com Marcelo, mas teve que ceder a pressão do marido.

Marcelo – Você tinha até tinha me convencido que é do tipo mulher arrependida, mas só agora eu to te conhecendo melhor.

Clarisse – Mas eu vou uma mulher arrependida.

Marcelo – Então por que implicou comigo?

Clarisse – Eu apaguei as últimas duas horas da minha memória, é uma das minhas habilidades.

Marcelo – Então muitas horas da sua vida ainda serão apagadas, será que vai dar conta?

Clarisse – Eu assumo o risco.

Marcelo – A vontade que dá é de te beijar aqui mesmo.

Clarisse – Aqui não, mas naquele cantinho sim.

Creusa saíra de casa não muito melhor, porém o melhor a fazer seria ver os olhos da sua filha brilhar outra vez, depois de muito tempo sem vê-la. Ela chegou no hospital sem se dar nem ao trabalho de passar na recepção, foi direto ao quarto.

Creusa – Filha!

Marina – Mãe, mãe!

Creusa – Você tá bem?

Marina – To sim, mas e o Pedro, me diz como ele está!

Andressa continuava a dar tapas em Carolina.

Carolina – Agora é a minha vez!

Ela pulou em cima de Andressa e deu um tapa na cara dela.

Carolina – Essa foi por você ter roubado o Jorge de mim!

Andressa se levantou e a puxou pelos cabelos, jogando-a no sofá.

Andressa – Só um esclarecimento. Eu não roubei o Jorge de vocês, ele me disse que já tinha rompido quando a gente se conheceu.

Carolina – Mas eu ia reconquistá-lo.

Andressa – Cale sua boca, você só tava interessada no dinheiro dele.

Carolina – Claro que não estava.

Andressa – Quer saber? Sai daqui. Sai dessa casa antes que eu termine de acabar com você.

Carolina – Pensando bem agora eu quero uma bebida.

Andressa pegou uma caipirinha que estava pronta no balcão e jogou na cara da rival.

Andressa – Agora faz favor de ir embora.

Carolina Você é louca? Isso tinha limão, vai escurecer minha pele.

Andressa – É pra você aprender que comigo não se brinca.

Carolina – Isso não vai ficar assim, pode aguardar o troco.

E Carolina saiu da casa com a bolsa em cima do rosto.

Creusa olhava com pena para a filha que mal podia esperar pela noticia da sua viuvez.

Creusa – Você tá bem?

Marina – To sim, mas e o Pedro, me diz como ele está!

Ela continuou calada.

Marina – Por que ninguém me diz nada? Fala logo!

Creusa – Você precisa ser forte minha filha.

Marina – Pra quê? O carro tá destruído? O seguro vai cobrir!

Creusa – Aconteceu uma coisa, filha, que o seguro não cobre.

Marina – O quê? FALA!

Creusa – Pedro está morto!

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Caminhos Singelos | Capítulo 14

Creusa – A porta da rua é a serventia da casa.

Andressa – Essa é sua última palavra?

Creusa – Para mim você, Andressa Silva, morreu.

Andressa – Está bem, dona Creusa. Eu vou pegar minha mala.

Creusa – Não. Vagabundas não entram em minha casa, deixe que eu mesma pegarei.

Andressa ficou do lado de fora enquanto Creusa entrava na casa e pegava a grande mala. Para sua surpresa ela estava aberta, sua mão pegou a mala, abriu, jogou todas as roupas na calçada e voltou para dentro de casa.

Andressa – Você só pode estar louca!

Creusa – Não me dirija mais a palavra, os vizinhos podem pensar.

Andressa chorava ao enfrentar a posição da mãe e recolocava suas coisas na mala.

Clarisse e Marcelo se encontravam estirados na cama.

Clarisse – Ai, tenho que voltar.

Marcelo – Fica só mais um pouco.

Clarisse – Foi bom, mas não dá pra continuar.

Marcelo – Por quê?

Clarisse – Isso foi só uma recaída, não vai se repetir.

Marcelo Você que pensa, aposto que cê não passa nem dois dias e me liga.

Clarisse – Claro que passo, meu marido é ótimo.

Marcelo – Deu pra perceber que você não fazia gostoso há muito tempo.

Clarisse Só dois meses, isso é perfeitamente normal em um relacionamento.

Marcelo – Não em um relacionamento comigo.

Clarisse – Nunca pense que eu vou deixar o pai do meu único filho para ficar com você.

Marcelo – Quem disse que eu quero que você o deixe?

Clarisse – Largue de ser besta, vamos voltar para o hospital.

Pedro pensava na sua morte enquanto ouvia a música. Em nenhum momento ele parara para pensar que ele estava morto, no que ele deixou. Sentia que devia estar revoltado, mas estava tão calmo. Como isso seria possível?

Pedro – Quando eu vou poder ver minha mulher?

Miguel – Quando for a hora.

Pedro Eu já cansei, Miguel. Eu preciso vê-los.

Miguel – Você precisa entender que ainda não está preparado para isso. O destino tem outros planos.

Pedro – Planos, eu preciso vê-la. Preciso!

Miguel – Venha, quero lhe apresentar a uma pessoa.

Thiago estava no quarto com Carolina e Otávio esperando que Clarisse aparecesse. Um segundo depois a porta se abriu e dela irrompeu sua mulher e Marcelo.

Thiago – Meu amor!

Clarisse – Thiago, você tá bem? O que aconteceu? O que aquele delinquente te fez?

Marcelo – Eu não fiz nada.

Clarisse – Claro que fez, ou vai dizer que o seu carro passou por cima do meu marido sozinho?

Thiago – Calma, meu amor, eu me distraí e atravessei na frente do carro.

Marcelo – Acho que você me deve desculpas.

Clarisse – Claro que não, se fosse um bom motorista teria parado a tempo.

Thiago – O que importa é que eu to bem!

Clarisse – Claro, me beija, me abraça.

Agora sim Marina podia ver melhor, jurava que conseguiria até se levantar. Ela via dois médicos conversando.

Marina – Doutor?

Doutor – Ah, você acordou!

Marina – Há quanto tempo eu estou aqui?

Doutor – Suponho que quase uma semana.

Marina – Eu quero… eu…

Doutor – Eu vou mandar a enfermeira trazer uma comida.

Marina – Na verdade, eu quero ver o meu marido.

Doutor – Eu vou lá mandá-la trazer.

E o médico saiu deixando Marina falando sozinha, ela achou muito estranho o comportamento do médico.

Carolina seguia para a casa da irmã, mesmo vazia, ela tinha a chave e ficaria lá até o dia de voltar para o Rio de Janeiro, o que ela planeja ser logo, assim que a irmã se recuperasse. Mas antes tinha uma rixa para resolver com Carolina.

No hospital, o celular de Carolina tocou, ela saiu da sala e viu o nome “vadia chamando”.

Carolina – Alô?

Andressa – Você pensa que vai queimar meu filme com minha mãe e tudo ficará por isso? Tá muito enganada!

Carolina – To com muito medinho.

Andressa – É pra ter medo mesmo, mas como eu não sou do seu nível eu só quero conversar. Vem aqui na casa da minha irmã pra gente colocar tudo as claras.

Carolina – Me passa o endereço para mim resolver logo isso.

Andressa – Anote aí.

Andressa passou o endereço da casa de Marina para Carolina, e esta voltou para o quarto de Thiago no hospital.

Carolina – Mana, eu vou dar uma saidinha agora, ok?

Clarisse – Está bem.

Miguel levara Pedro para uma praça onde uma mulher meditava de costar para ele.

Miguel – Ali está ela.

Pedro – Quem ela é?

Miguel – Descubra por si mesmo.

Então Pedro foi para frente dela, assim pôde reconhecê-la.

Pedro – Tia Betânia?

Betânia – Pedro, querido.

E eles deram um forte abraço.

Carolina chegara a casa de Marina e o portão elétrico foi aberto. Ela entrara na casa e encontrara Andressa sentada no sofá, tomando uma taça de champanhe.

Carolina – O que você quer?

Andressa – Apenas conversar, está servida?

Carolina Eu não bebo à luz do dia.

Andressa – Não muda nada. Enfim, vamos direto ao assunto.

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Caminhos Singelos | Capítulo 13

Marina podia sentir o toque de mãos sensíveis na sua, sabia que a pessoa estava falando, porém não conseguia entender. Então abriu os olhos e percebeu que era sua irmã, então apertou sua mão. Ela estava chorando, uma lágrima também brotara nos seus olhos. Depois médicos chegaram e fora adormecendo novamente, mas estava feliz, sua irmã viera.

Andressa saíra apressadamente da sala e depois do hospital para procurar sua mãe, pois ela não atendia no celular e nem no telefone de casa.

Andressa – Meu Deus, para onde será que ela fora.

Pegara então o carro e decidira ir ver se ela estava em casa ou simplesmente pegar suas malas. Contudo, em dado momento, o transito estava parado. Havia alguém atrapalhando uma das vias.

Andressa – Quem é aquela louca?

Então buzinara, fora aí que a mulher falou e ela a reconheceu.

Creusa – Vão à merda, por que minha única filha está no hospital!

Andressa – Mãe! Mãe! Aqui.

Creusa olhara, mas fingira que não reconhecera.

Andressa – Vem cá, a Marina acordou!

Creusa – Marina acordou? Marina acordou! Minha filhinha queria acordou.

E ela começou a dançar e cantarolar até o carro de Andressa.

Andressa – A senhora tá louca? Entra no carro.

Creusa – Não fala comigo e me leva pro hospital que eu quero ver minha filha querida acordada.

Carolina e Otávio voltaram da lanchonete para a recepção e perceberam que Clarisse não mais estava lá. Foram perguntar à recepcionista.

Carolina – Você sabe onde está aquela mulher branca e alta que estava ali?

Recepcionista – Ah, ela saiu com um moço.

Carolina – O atropelador. Para onde será que ela foi?

Marcelo levara Clarisse direto para a casa dele. Eles entraram já se beijando na residência.

Clarisse – Isso é errado, eu sou casada.

Marcelo – Não errado quando os dois querem.

Clarisse – Eu não quero.

Marcelo – Você não deve, mas querer… ah, você quer.

Clarisse – Me leva…

Marcelo – Fala menos e faz mais.

Então eles dois deitaram na cama e começaram a fazer amor.

Thiago não aguentava mais ficar deitado esperando alguém dar falta dele e descobrir seu paradeiro quando Carolina entrou no quarto com o filho, Otávio.

Thiago – Filhão!

Otávio – Pai!

Carolina Tá melhor, Thiago?

Thiago – Agora sim, mas cadê a Clarisse?

Carolina – Então… ela veio conosco, mas a gente foi fazer um lanchinho e ela simplesmente sumiu com o moço que atropelou você.

Thiago – Deve ter ido tirar satisfação com ele, coitado, nem teve culpa. Eu todo desastrado que cruzei na frente do carro dele.

Carolina – Tava com a cabeça onde?

Thiago – Tinha derramado refrigerante na camisa.

Carolina – Ah.

Thiago – Do jeito que a Clarisse é doida deve tá crucificando o coitado do Marcelo.

Alcione se desvencilhava de Milton, que tentava agarrá-la a força.

Alcione – Não chega perto de mim.

Milton – Eu sei que você também quer, delicia.

Alcione – Olha que eu te bato igual a dona Clarisse.

Milton – O que foi agora, eu virei o saco de pancadas oficial da casa, é isso?

Alcione – Ainda não, mas se continuar assim vai virar!

Milton – Ah, vá à merda!

E ele saiu de casa, provavelmente para beber em alguma bodega.

Andressa levara a mãe diretamente para casa, mas ela ainda pensava que estava indo ver a filha mais nova no hospital.

Andressa – Chegamos.

Creusa – Mas aqui não é o hospital.

Andressa – Eu não posso levá-la para o hospital nesse estado.

Creusa – Qual é a brincadeira, heim? Eu agora recebo ordens de uma vagabunda?

Andressa – Não fala assim, mãe.

Creusa – Você deveria ter pensado nisso antes de se meter com vagabundagem.

Andressa – Ele é um trabalho como qualquer um!

Creusa – Claro que não, você vende safadeza para os olhos.

Andressa – Eu não quero discutir com a senhora, eu só peço que tome um calmante, durma e me deixe ir embora.

Creusa – A porta da rua é a serventia da casa.

Andressa – Essa é sua última palavra?

Creusa – Para mim você, Andressa Silva, morreu.

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Caminhos Singelos | Capítulo 12

Andressa – Marina, minha irmã, eu queria tanto que você estivesse vem, para a gente conversar, eu preciso tanto de alguém que me apoie.

Andressa segurou a mão da irmã que também a apertou e abriu os olhos.

Andressa – Marina? Você abriu… você… abriu os olhos!

Andressa soltou um riso espontâneo de felicidade, não podia acreditar. Jurava até ter visto um sorriso nos lábios da irmã.

Andressa – Doutor, doutor!

Uma enfermeira entrou no quarto.

Enfermeira – O que houve?

Andressa – Ela acordou, minha irmã acordou! Veja, seus olhos estão abertos.

Enfermeira – Não saia daqui, eu vou chamar o médico.

Poucos instantes depois um médico chegou.

Doutor – Com licença.

Ele se aproximou e começou a fazer uma série de check-ups para localizar os sinais vitais.

Doutor – Me desculpe, mas agora teremos que submetê-la a mais exames, porém ela está ótima.

Thiago estava passou por uma série de exames até que foi encaminhado para um quarto, o de número 305.

Doutor – Infelizmente você lesionou alguns ossos da perna e precisamos engesssar, no momento você precisa descansar e talvez receba alta depois de amanhã.

Thiago – Ainda? Minha família já chegou?

Doutor – Eu não sei, isso é com a recepção. Mas agora precisa descansar ao máximo.

Thiago – Eu preciso ver minha mulher e meu filho.

Doutor – Não se preocupe. Assim que puder receber visitas eles virão.

Clarisse e Marcelo foram para uma lanchonete umas ruas atrás do hospital e pediram uns sucos.

Clarisse – Desembucha.

Marcelo Olha, primeiramente eu não tive culpa. O sinal estava aberto quando o seu marido atravessou a faixa e foi de encontro ao meu carro.

Clarisse – Impossível. Meu marido é a pessoa mais atenciosa que eu já conheci.

Marcelo – Até as pessoas mais atenciosas se distraem, sabia?

Clarisse – Não acredito que você me fez caminhar tudo isso para me dizer isso.

Marcelo – Não foi só para isso.

Clarisse – Então foi para quê?

Marcelo – Eu te achei uma gracinha.

Clarisse – Vai-te catar.

Marcelo levantou da cadeira e deu um beijo em Clarisse, que retribuiu o gesto.

Em João Pessoa, no apartamento de Clarisse, Milton acabara de acordar e percebera que não havia ninguém em casa.

Milton – Não tem ninguém nessa casa.

Alcione – Seu Thiago viajou, diz que foi para Foz do Iguaçu e a dona Clarisse sumiu com a dona Carolina e o Otávio.

Milton – Então estamos sozinhos em casa?

Alcione – Sim, por quê?

Milton – Sabia que eu sempre te achei muito gostosa?

Alcione – Saia de perto de mim, seu velho sem vergonha.

Milton – Se faz de difícil que eu gosto mais.

Alcione – Pare, me largue.

Milton – Vem cá vem.

E ele agarrou a empregada forçadamente, mas acabou encostando-se a uma das panelas quentes do fogão.

No plano celestial, Pedro e Miguel estavam voltando para a área hospitalar.

Pedro – Miguel, eu vou ficar aqui até quando?

Miguel – Até você ficar totalmente recuperado.

Pedro – Isso quer dizer, quando?

Miguel – Não tenho certeza.

Pedro – E quando sair? Para onde vou?

Miguel – Eu estou pensando em um lugar, mas não é nada certo.

Pedro – Por que não posso reencarnar logo?

Miguel – Tudo ao seu tempo. Você só poderá reencarnar quando atingir o grau espiritual correto.

Pedro – Tudo ao seu tempo… é tudo que ouço aqui.

Creusa saíra sem rumo pelas ruas de Recife, o que as pessoas diriam quando descobrissem que sua filha era uma sem vergonha.

Creusa – A minha filha não! É MENTIRA, CALUNIA!

Ela estava atravessando a rua, atrapalhando o trânsito. Um carro quase que a atropela, o motorista freara bem em cima da hora.

Motorista – Sai daí, sua louca!

Creusa – Não, minha filha não é uma vagabunda.

Clarisse se entregara totalmente ao beijo. Marcelo logo percebera.

Clarisse – Eu não… eu não… quis.

Marcelo – Ninguém quis, foi espontâneo.

Clarisse – Não seja cínico, é óbvio que você quis isso.

Marcelo – Então por que você se entregou?

Clarisse – Eu não quis.

Marcelo – Falou certo, por que agora você quer fazer coisa melhor.

Ele se aproximou do rosto dela, afastou uma mecha para trás da orelha e a beijou novamente.

Clarisse – Não faz assim, eu sou casada.

Marcelo – Vamos para um lugar mais reservado.

E beijou-a novamente.

Clarisse – Vamos, vamos, vamos!

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Caminhos Singelos | Capítulo 11

Carolina – Você?

Andressa – Carolina?

Carolina – Eu saio do Rio pra dar um tempo e vejo a vagabunda no nordeste.

Andressa Você lave a sua boca…

Creusa – Filha, ela te chamou de quê?

Carolina Então essa é a mamãezinha?

Andressa – Ah, a minha mãe não.

Carolina – Só uma perguntinha para a senhora: “como é ser mãe de uma vadia?”.

Creusa – Minha filha é uma mulher de família, você que parece uma vagabunda.

Carolina – Mulher de família? Ela tem uma empresa de pornografia e é “de família”, faça-me rir.

Creusa – Andressa, diga-me que isso é mentira. Diz que ela é uma mentirosa, diz.

Andressa – Não, mamãe. Ela está falando a verdade.

Carolina – OPS, falei demais.

Clarisse entrara apressadamente na recepção de mãos dadas ao filho.

Recepcionista – Pois não, senhora.

Clarisse – É o meu marido, ele foi atropelado e… e…

Recepcionista – Nome?

Clarisse – Thiago Montenegro Viana.

Recepcionista – Ele está na sala de raio-X com o ortopedista. Mas chegou com aquele homem ali.

Clarisse virou as costas e viu Marcelo, foi ao encontro dele. Ela parou defronte a ele e o fitou.

Marcelo – Sim…

Clarisse – Eu sou a mulher do Thiago.

Marcelo – Eu sou…

Clarisse – Eu sei quem você é.

Neste momento Carolina chegou.

Clarisse – Carol, leva o Tavinho para comer alguma coisa. Ele deve tá morrendo de fome.

Carolina – Você também não vai comer?

Clarisse – Eu vou conversar com este moço antes.

Carolina – Está bem, vamos Tavinho.

Pedro e Miguel pararam no parque, sentaram no gramado extremamente limpo e ficaram observando os concertistas.

Pedro – É isso que as pessoas fazem para se distrair aqui?

Miguel – Fazem o quê?

Pedro – Sentam, pensam, admiram.

Miguel – Aqui nós trabalhamos.

Pedro – Como assim?

Miguel – Você pode desempenhar o mesmo cargo que desempenhou na vida carnal.

Pedro – No meu caso, como jornalista, o que seria?

Miguel – Nós não temos meios de comunicação aqui, mas você poderia ensinar aos jovens.

Pedro – Minha mulher é professora.

Miguel – Eu sei. E tenho boas noticias sobre ela.

Pedro – O quê?

Miguel – Ela está para acordar em instantes.

Creusa olhava estalada para sua filha, os olhos marejavam e lágrimas caíam sem consentimento.

Creusa – Eu te eduquei com base na religião e você se mete com sem vergonhice.

Andressa – Mãe, eu só produzo os filmes, não sou eu quem faz o trabalho “sujo”, apenas coordeno e dirijo, às vezes.

Creusa – Não deixa de ser sem vergonhice, e eu pensando que você trabalhava em uma boa produtora…

Andressa – Eu tentei, não deu certo e resolvi ir para essa área de entretenimento adulto.

Creusa – Me poupe disso. Eu não criei filha minha pra ser vagabunda.

Andressa – Não fala assim, mãe.

Creusa – Não me chame de mãe, eu tenho vergonha de você.

Creusa foi em direção a saída e deixou Andressa parada, na porta, aos prantos.

Clarisse continuava a olhar para Marcelo, esperando Carolina e seu filho desaparecerem de visão.

Marcelo – Como eu ia dizendo, eu sou…

Clarisse – Eu sei quem você é. Um marginal, que comprou a carteira de motorista, por isso atropela as pessoas no transito.

Marcelo – Você não sabe como ocorreu. Foi um acidente e não foi minha culpa.

Clarisse – Então me conte.

Marcelo – Vamos para uma lanchonete aqui perto e eu te contarei.

Andressa entrara no hospital, já que não contava com o apoio da mãe, esperava ao menos ver a irmã.

Andressa – Eu gostaria de visitar a paciente Marina Ribeiro e Silva.

Recepcionista – Quarto 304.

Andressa – Brigada.

Andressa pegara o elevador e fora direto para o quarto da irmã. Quando entrara não havia ninguém, apenas sua linda irmã toda machucada.

Andressa – Marina, minha irmã, eu queria tanto que você estivesse bem, para a gente conversar, eu preciso tanto de alguém que me apoie.

Andressa segurou a mão da irmã que também a apertou e abriu os olhos.

Andressa – Marina? Você abriu… você… abriu os olhos!

Caminhos Singelos | Capítulo 10

Thiago – Droga.

O sinal abriu, os carros estavam transitando, mas Thiago estava completamente absorto limpando a camisa e quando terminou cruzou a faixa sem olhar. Um carro o atropelou. O corpo de Thiago foi impulsionado para o capô do carro e escorregou para o chão. O atropelador saiu do carro.

Marcelo – Poxa, cara. Tava fazendo o quê? O sinal tava aberto!

Thiago – Desculpa, ai.

Marcelo – Você tá bem?

Thiago – Minha perna. Tá doendo muito.

Marcelo – Entra no meu carro, vamos para o hospital.

Pedro estava animado, pois finalmente visitaria a cidade que cercava os leitos hospitalares onde vivera nos últimos dias.

Miguel – Vamos, Pedro?

Pedro – Vamos.

Eles saíram do lugar, pensativos, Pedro olhava as planícies a sua volta. Era tudo muito tecnológico, mas tanta tecnologia ainda coseguira entrar em harmonia com a natureza.

Pedro – Posso te fazer uma pergunta?

Miguel – Se eu puder responder.

Pedro – Eu não posso nem ver minha família, meus avós, já falecidos?

Miguel – Tudo ao seu tempo, seu espírito ainda não evoluiu o suficiente.

Pedro Mas…

Miguel – Olhe, estão tocando piano no parque. É uma boa opção para pensar na vida.

Pedro – Mas estamos todos mortos.

Miguel – Mas todos estamos planejando nossa próxima encarnação.

Clarisse sentara no sofá, incrédula. A ousadia da empregada já estava passando dos limites e ela não poderia deixar essa farra continuar.

Clarisse – Animal. Me traz uma água!

O celular tocou. Era Thiago.

Clarisse – Oi, meu amor.

Marcelo – Aqui não é o seu marido.

Clarisse – Quem é você? O que fez ao meu marido?

Marcelo – Calma, ele tá aqui comigo. Eu só… atropelei-o… aqui em Recife. Tem como você vir?

Clarisse – Sim, claro me dá o nome do hospital.

Clarisse anotou o nome do hospital em bloco de notas e saiu correndo do apartamento.

Alcione – Tá aqui sua águ…

Mas ela não viu ninguém mais. Enquanto isso, Clarisse esperava por Carolina na garagem.

Clarisse – Carol, graças a Deus você chegou.

Carolina – O que aconteceu?

Clarisse – Vamos pra Recife, no caminho te conto.

Creusa e Andressa terminavam o almoço na mesa de casa.

Creusa – Filha, anda logo, que eu quero chegar no hospital.

Andressa – Calma, mãe. A Marina tá bem, a senhora que precisa descansar.

Creusa – Enquanto sua irmã não estiver aqui, nesta casa, eu não vou descansar.

Andressa – Então espera eu lavar a louça?

Creusa – Está bem.

Marcelo levou Thiago para o hospital. Esperava alguém encaminhá-los para o atendimento.

Enfermeira – O que deseja?

Marcelo – É esse camarada aqui, eu o atropelei sem querer. A perna tá machucada.

Enfermeira – Técnicos! Técnicos! Temos uma perna fraturada aqui.

Então alguns técnicos chegaram com uma cadeira de rodas e o levaram para uma das salas.

Carolina fora metade do caminho contendo a curiosidade, mas não aguentou.

Carolina – Clarisse, agora que você tá mais calma, dá pra me explicar o que aconteceu?

Clarisse – O Thiago. Ele foi atropelado.

Otávio – Papai foi atropelado?

Clarisse – Parece que não foi nada demais, apenas a perna que tá fraturada.

Carolina – Ele tá bem, tá acordado?

Clarisse – Eu não sei!

Eles chegaram ao hospital, mas não estavam encontrando lugar para estacionar o carro.

Carolina – Clarisse, desça com o Tavinho aqui, que eu vou achar um lugar para estacionar.

Clarisse – Está bem.

Eles desceram e Carolina finalmente achou uma vaga. Depois desceu, colocou os óculos escuros e foi para a entrada onde encontrou Andressa e Creusa também entrando no lugar.

Carolina – Você?

Andressa – Carolina?

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Caminhos Singelos | Capítulo 09

Creusa saiu relutantemente do quarto e se dirigiu a recepção novamente. Quando a porta do elevador abriu no andar de baixo ela se deparou com sua filha mais velha.

Creusa – Andressa?

Andressa – Mamãe.

Creusa – Minha filha, como está?

Andressa – Só não estou melhor por causa da situação da Marina. Mas me diz, como ela tá?

Creusa – Graças a Deus, ela está melhor. Acabei de vê-la.

Andressa – Eu também posso?

Creusa – Receio que não, a enfermeira me disse que ela fará alguns exames agora.

Andressa – Então nós precisamos ir para casa. A senhora tá um lixo.

Creusa – Não. Eu não posso ficar longe da minha filha.

Andressa – Foi a senhora mesma que disse que ela estava melhor. Vamos.

Na ala hospitalar ou ministério da regeneração, Pedro encontrou com Miguel.

Pedro – Você demorou.

Miguel – Você acha que é fácil ser anjo da guarda?

Pedro – Como ela está.

Miguel – Bem melhor. Daqui a pouco acordará.

Pedro – Por que só agora?

Miguel – Não questione a natureza das coisas, Pedro. Eu estou aqui por outro motivo.

Pedro – Para quê?

Miguel – Você recebeu permissão para visitar a cidade.

Clarisse voltou para casa com receio de enfrentar Milton e Alcione, eles se tornaram o caos da vida dela. A cruz que ela carregava.

Clarisse – Carol, posso te pedir um favor?

Carolina – Claro.

Clarisse – Dá pra pegar o Tavinho na escola?

Carolina – Claro. Só me dá a chave do carro.

Clarisse – Aqui.

E ela entregou a chave do carro à irmã. Depois subiu o elevador e foi ao seu apartamento.

Clarisse – Cheguei.

Não houve nenhuma resposta.

Clarisse – CHEGUEI!

Ainda assim ninguém respondeu, por isso ela foi para a cozinha ver por que sua empregada não aparecera.

Clarisse – O que você tem na cabeça, estúpida?

Alcione – Cabelo.

Clarisse – Oh idiota, você é minha empregada. Quando eu chegar tem que está na porta esperando para me desejar boas vindas.

Alcione – Francamente…

Clarisse – Fracamente nada. E eu vou te dar uma lição por me responder.

Alcione – Vai fazer o quê?

Clarisse – Essa comida aí, tá boa mesmo?

Alcione – Claro…

Clarisse – Sai daí, deixa eu provar.

Clarisse pegou uma colher, colocou um pouquinho na boca, mastigou e cuspiu na cara da empregada.

Clarisse – Você chama isso de comida? Quer matar minha família de fome.

Alcione – Cansei disso. Vou mostrar a gravação do meu celular ao Thiago na primeira oportunidade.

Clarisse – Então vai esperar muito, por que ele tá em Foz do Iguaçu. Você chegou tão atrasada que não sabe que meu marido está numa viagem de negócios que durará duas semanas e até lá você vai comer o pão que o diabo amassou ou…

Alcione – Ou o quê?

Clarisse Você apaga essa gravação e nós voltamos a conviver normalmente. Vai escolher o quê?

Andressa conseguira arrastar sua mãe para casa e lá, enquanto Creusa banhava, Andressa preparava uma comidinha.

Creusa – Que cheirinho bom é esse?

Andressa – Almoço a La carioca.

Creusa – Aprendeu a cozinhar?

Andressa – Só sei fazer risoto.

Creusa – Dá para comer, não é mesmo?

Andressa – Ei mãe, te amo.

Creusa – Também te amo.

Alcione estava pensativa sobre a proposta da patroa.

Alcione – Eu tenho uma proposta melhor para a senhora.

Clarisse – Qual é, verme?

Alcione – A senhora assina um cheque bem gordinho e eu te dou meu celular e compro logo um iPhone.

Clarisse – De quanto seria?

Alcione – Dez mil.

Clarisse – Isso é um roubo.

Alcione – Eu estou vendendo a saúde do seu casamento. Pense sobre isso.

 

Thiago saiu do aeroporto de Recife e pegou um táxi até uma rua antes do banco, onde parou em uma lanchonete, comprou uma lata de refrigerante e foi atravessar a rua, mas parou na calçada quando o refrigerante molhou sua camisa.

Thiago – Droga.

O sinal abriu, os carros estavam transitando, mas Thiago estava completamente absorto limpando a camisa e quando terminou cruzou a faixa sem olhar. Um carro o atropelou.

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Caminhos Singelos | Capítulo 8

Um senhor, já de idade, se aproximou e Pedro percebera que ele era a resposta.

Francisco – Eu sou quem te dará as respostas para as perguntas que tanto fazes.

Pedro – E quem é você.

Francisco – Eu sou Francisco, um espírito livre.

Pedro – Eu também sou um espírito livre?

Francisco – Você também alcançará este grau evolutivo.

Pedro – Como assim, grau evolutivo?

Francisco – Tudo o que você fizer em vida contará para a evolução do seu espírito.

Pedro – Como assim? Eu não estou… morto?

Francisco – Você retornará a Terra em outros corpos.

Pedro – Quando?

Francisco – Você ainda é apegado a alguém na Terra, por isso Miguel está contigo. Você irá com ele para a Terra, mas no plano espiritual, sem que ninguém o veja.

Pedro – Eu verei Marina novamente?

Francisco – Sim, mas não hoje, não agora.

Clarisse não suportava mais olhar na cara da empregada, por isso decidira sair com sua irmã para dar um passeio no calçadão. Enquanto trocavam ideias, o celular tocou.

Clarisse – Carol, é o Thiago, vou ter que atender. [Ela aceitou a chamada] Oi, amor.

Thiago – Amor, eu vou ter que viajar pra Recife agora. O rapaz que ia adoeceu e vou ter que resolver isso por ele.

Clarisse – Ah, eu tava planejando da gente sair Crepara jantar hoje.

Thiago – Mas eu voltarei no inicio da noite, se não houver problemas com a ponte área.

Clarisse – Não vai de carro?

Thiago – Não. Ele tá no lava a jato.

Clarisse – Está bem, boa viagem.

Clarisse desligou o celular e o recolocou na bolsa.

Carolina – O Thiago vai viajar?

Clarisse – Vai a Recife resolver uns assuntos, mas voltará hoje.

Carolina – E o jantarzinho?

Clarisse – Ele retorna no fim da noite.

Carolina – Ah, bem.

No hospital, Creusa esperava, já aliviada, por mais noticias da sua filha.

Enfermeira – Senhora?

Creusa – Olá

Enfermeira – A sua filha já pode receber visitas.

Creusa – Já posso vê-la?

Enfermeira – Sim. Me acompanhe.

Creusa seguiu então a enfermeira por um elevador e em seguida um longo corredor de quartos e parou no de número 304.

Enfermeira – Por aqui.

E ela abriu a porta. Creusa parou ao ver o estado de sua filha cheia de tubos saindo de seu corpo e todos os seus sinais monitorados por equipamentos.

No plano celestial, Pedro tinha muitas perguntas para o espírito livre Francisco, porém havia algumas que até ele mesmo se recusava a responder.

Pedro – Por que eu não posso vê-la imediatamente?

Francisco – Ainda não é o momento. Ela nem sequer enfrentou o choque da sua morte.

Pedro – Como não?

Francisco Ela se encontra desacordada desde o acidente.

Pedro – Marina vai morrer?

Francisco – Não. Ainda não chegou a hora dela.

Pedro – E por que ela não está acordada. Eu quero vê-la.

Francisco – Pedro, não aja como uma criança. Precisa entender que não é o momento.

Na escola Machado de Assis, Otávio conversava com Maysa.

Maysa – Sua mãe é linda sabia.

Otávio – Brigado.

Maysa – Seu pai também é bonitão.

Otávio – E eu?

A menina corou.

Otávio – Desculpe, eu não devia ter perguntado.

Maysa – Você também é uma gracinha. [E ela deu um beijo na bochecha dele.]

Creusa chorava descontroladamente enquanto pegava na mão da filha.

Creusa – Marina, minha filha, você precisa acordar. Tem tanta coisa acontecendo, eu não posso te perder também.

A enfermeira retornou ao quarto.

Enfermeira – Senhora, o horário já acabou.

Creusa – Mas já? Eu preciso ficar mais com ela.

Enfermeira – Os médicos precisam realizar exames importantes.

Creusa – Por favor.

Enfermeira – Sinto muito, senhora.

Creusa saiu relutantemente do quarto e se dirigiu a recepção novamente. Quando a porta do elevador abriu no andar de baixo ela se deparou com sua filha mais velha.

Creusa – Andressa?

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Caminhos Singelos | Capítulo 7

Em um lugar muito distante dali, em um plano espiritual, Pedro abria os olhos. Aos poucos conseguia distinguir as figuras ao seu redor, descobriu então que estava em uma área hospitalar, mas não era como um hospital qualquer, apenas aquele ambiente fazia com que os pacientes se sentissem melhor, por que não havia só ele, havia várias pessoas.

Pedro – Que lugar é esse?

Miguel – Calma, aqui você está seguro.

Pedro – Quem é você? Algum tipo de médico?

Miguel – Não, eu não sou médico. E muito menos existe algum por aqui.

Pedro – Mas isso é um hospital.

Miguel – Não, aqui não é um hospital.

Pedro – Então me diz que lugar é esse, pelo amor de Deus.

Miguel – Por enquanto eu não posso dizer nada, mas beba esta água.

E ele pegou um copo de água.

Miguel – Mas não pode engolir. Você tem que permanecer com ela na boca o máximo de tempo possível.

Pedro – Dá-me.

Já amanhecia novamente em João Pessoa, a cidade onde o sol nasce primeiro. Clarisse não conseguira dormir, pensando na sua situação perante pai e empregada. Thiago acordara e não havia café da manhã pronto, portanto resolvera ela mesma passar um cafezinho na cafeteira até que Alcione chegara.

Clarisse – Isso são horas?

Alcione – Desculpa, dona Clarisse, mas eu dormi demais.

Clarisse – Dormiu demais? [Soltou uma gargalhada] Meu filho foi com fome para a escola, meu marido saiu com estomago vazio, minha irmã vai acordar e não encontrará nada para comer por que você dormiu demais.

Alcione – Calma, dona Clarisse, eu vou compensar guardando aquele segredinho.

Clarisse – Eu estive pensando e não vale a pena. Meu marido nunca acreditaria na palavra de uma empregada nojenta.

Alcione – E foi por isso mesmo que a empregadinha aqui fez essa gravação.

Ela puxou o celular do bolso da calça e executou o conteúdo, de onde saia a voz de Clarisse: Pois vai apanhar, vai apanhar muito!

Alcione – E agora? Será que ele vai acreditar tanto em você?

Clarisse – Não me chame de você.

Alcione – Eu te chamo do que eu quiser, por que eu estou por cima.

No hospital, Creusa permanecera sentada em um acento desconfortável, aguardando noticias da filha e acompanhando o sofrimento de Graça e Gregório. Perderam o único filho tão cedo…

Graça – Creusa, nós já vamos. Meu irmão ligou, disse que… que… o velório já está pronto.

E pôs-se a choras novamente. Gregório conseguia se manter controlado, mas seu coração não suportaria tanto.

Gregório – Tchau, Creusa. Melhoras para sua filha.

Creusa – Obrigada e minhas condolências.

E eles partiram. Enquanto isso, Creusa sentia as dores da filha que logo iria descobrir a noticia.

Médico – A senhora é Creusa?

Creusa – Sim, alguma noticia da minha filha?

Médico – As melhores. O pior já passou e a senhorita Marina está apenas se recuperando de algumas lesões.

Creusa – Sangue de Cristo tem poder.

Pedro já estava impaciente naquele lugar, ele não sentia o peso do seu corpo, porém, conseguia se mover normalmente. O homem que havia tido com ele anteriormente voltara.

Pedro – Por que eu não sinto meu corpo, mas consigo me mexer?

Miguel – Por que este não é seu corpo, é seu perispírito.

Pedro – Perisquê?

Miguel – Perispírito, tipo uma ligação entre o seu corpo e o seu espírito. Aqui, seu perispírito está com a forma do que você fez na Terra.

Pedro – E ele… quer dizer eu… ou esse perispírito está em forma?

Miguel – Considerando que você não foi ao Umbral, você foi um homem bom.

Pedro – Eu amei muito minha mulher.

Miguel – Eu vi isso.

Pedro – Como?

Miguel – Sou eu o espírito protetor de Marina.

Clarisse se encontrava em estado de choque quanto às atitudes de sua empregada.

Clarisse – Você não está por cima coisa nenhuma.

Alcione – Ah, to sim. E digo mais, não aguente essa vida. Vou ficar aqui só até tu encontrar outra empregada.

Clarisse – E você vai fazer o quê da vida?

Alcione – Estudar, uma patroinha vai pagar um curso técnico pra mim.

Clarisse – É ruim, heim…

Alcione – Tá avisada, essa vida de lavar banheiro de rico não é mais pra mim.

No hospital estranho, Pedro conversava com Miguel sobre Marina e como ele a tinha protegido todos esses tempos.

Miguel – Depois conversaremos mais sobre isso, agora tem alguém querendo falar contigo.

Pedro – Quem é?

Um senhor, já de idade, se aproximou e Pedro percebera que ele era a resposta.

Francisco – Eu sou quem te dará as respostas para as perguntas que tanto fazes.

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  • Alex Cunha

Caminhos Singelos | Capítulo 6

Marina – CUIDADO!

O carro estava fazendo trajetória onde seria uma curva e capotou no declínio.

Logo caminhões de bombeiros e ambulâncias começaram a circular no local, retirar os corpos, fazer a pericia e tudo mais. Os corpos de Marina e Pedro foram levados a um hospital no Recife e as famílias foram avisadas através de documentos encontrados no carro. Creusa não recebeu a noticia bem.

Assistente médico – A senhora é mãe de Marina Ribeiro e Silva?

Creusa – Sou eu mesma. Creusa Ribeiro e Silva.

Assistente médico – Sinto informar que sua filha junta ao cônjuge Pedro Mascarenhas Lima sofreram um acidente na BR que liga Recife a Porto de Galinhas.

Creusa – Como assim? Vocês só podem ter se confundido. Eu falei com minha filha esta manhã e ela estava bem.

Assistente médico – Precisamos que a senhora compareça ao Hospital Memorial Carlos Alberto para reconhecimento, então.

Creusa – Eu… eu…

A linha caiu.

Carolina e Thiago finalmente tiveram um espaço para conversar quando Clarisse fora comprar uma bola de futebol nova com Otávio.

Carolina – Então, cunhado, me conta tudo.

Thiago – Na semana passada eu estava chegando de uma viagem a negócios e quando cheguei encontrei Clarisse batendo o seu Milton com as mãos e quando perguntei o por quê, ela disse que ele a havia pedido dinheiro para comprar bebida, ela negara e ele a queria agredir.

Carolina – To passada, eu sei que meu pai não é nenhum santo, mas bater na própria filha por causa de bebida, essa é nova. Fiquei toda arrepiada.

Thiago – Entendo.

Carolina – Me dá um abraço?

Thiago – Claro.

Carolina abraçou o cunhado com todo cuidado, com um carinho até sobrefraternal.

Creusa chegara atordoada no hospital, pegara um taxi o mais rápido possível e correra contra o tempo para chegar ao Memorial.

Creusa – Onde está minha filha?

Recepcionista – Qual o nome dela?

Creusa – Marina Ribeiro e Silva, ela sofreu um acidente, eu não… eu não… eu não entendi bem.

Recepcionista – Senhora, a paciente Marina Ribeiro está passando por uma fase de averiguação do corpo para o caso de cirurgias serem necessárias, mas quanto ao senhor Pedro Mascarenhas Lima, que estava no carro com ela, ao que constam os dados, a família já foi informada, mas eles não sabem que ele sofreu morte instantânea no momento que o carro virou.

Creusa – O Pedro morreu? Minha filha está viúva, tão jovem?

Recepcionista – Sinto muito, senhora.

Clarisse retornara a casa e encontrara Thiago assistindo televisão enquanto sua irmã desfazia as malas.

Clarisse – Não vai trabalhar, meu amor?

Thiago – Tirei a tarde de folga.

Clarisse – Que bom.

Carolina vinha vindo do quarto.

Carolina – Clarisse, cadê a empregada?

Clarisse – Ela tinha uns problemas para resolver.

Thiago – Não era o filho dela, que tinha adoecido?

Clarisse – Então… isso é um problema a se resolver.

Thiago – Huum… ela virá amanhã?

Clarisse – Claro, com certeza.

Creusa estava desolada nos hospital, sem nem saber o que fazer diante a situação. Sozinha com sua filha internada e viúva, ainda estava decidindo se ligaria para a outra filha: Andressa.

Creusa – Andressa, filha.

Andressa – Oi, mamãe. A senhora tá bem?

Creusa – Não, minha filha, eu estou péssima.

Andressa – O que houve?

Creusa – Tudo, tudo de ruim. Sua irmã sofreu um acidente de carro com o Pedro e ela tá enterrada enquanto ele… ele… ele tá morto.

Andressa – O quê? Pedro morreu? Preciso ir praí agora.

Creusa – Venha mesmo… tenho que desligar, os pais do Pedro chegaram, terei de dar a noticia.

Creusa desligou o celular sem esperar a despedida de sua filha e foi em direção a Gregório e Graça.

Creusa – Ei, psiu.

Gregório – Graça, a Creusa está ali.

Graça – Creusa!

Eles se aproximaram e se cumprimentaram, foi quando Creusa teve de dar a noticia.

Creusa – Vocês vão precisar ser fortes, muito fortes.

Gregório – Diga logo, o que foi?

Creusa – É o Pedro, ele não resistiu.

Graça – Ah, Meu Deus!

Em um lugar muito distante dali, em outro plano espiritual, Pedro abria os olhos. Aos poucos conseguia distinguir as figuras ao seu redor, descobriu então que estava em uma área hospitalar, mas não era como um hospital qualquer, apenas aquele ambiente fazia com que os pacientes se sentissem melhor, por que não havia só ele, havia várias pessoas.

Pedro – Que lugar é esse?

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  • Eduardo Couto

Não perca as emoções da segunda semana de Caminhos Singelos

Alcione descobre o segredo de Clarisse

“Então é isso que a senhora faz com o seu Milton?”

Carolina chega para agitar ainda mais a trama

“Carol?”

Creusa pressentiu:

É só uma sensação estranha.”

Mas o pior já aconteceu:

“CUIDADO!”

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Não perca as emoções da segunda semana de Caminhos Singelos!

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Caminhos Singelos | Capítulo 5

Pedro e Marina seguiram de carro pela estrada, passaram pelo posto de policiamento e alguns minutos depois avistaram um homem no meio da estrada. Pedro teve que frear.

Pedro – O que está acontecendo?

Homem – Cala a boca, é um assalto.

Pedro – Per…

Homem – Não fala nada, não se mexe, ou eu atiro.

Pedro ficou imóvel. Marina prendeu a respiração e o assaltante recolheu seus celulares, cartões de crédito, aparelho de som e tudo de valor que estava a sua vista.

Homem – Essa aliança no dedo de vocês é de quê? Ouro 20 quilates? Passem-na.

Pedro – Aí já é demais.

Pedro deu uma cotovelada no ladrão, abriu a porta do carro em cima do corpo dele, fazendo cair. Pisou no acelerador e o carro saiu em disparada.

Marina – Amor, você tá louco?

Um vidro atingiu o espelho retrovisor do lado do motorista. Marina olhou para trás.

Marina – É ele, está nos seguindo em uma moto.

Clarisse – Tá vendo o que você fez? Agora aquela empregadinha vai ficar me fazendo chantagem, era só o que me faltava.

Milton – Quem mandar fazer coisa errada.

Clarisse – Cale sua boca estúpido. Você já fez muita coisa errada na sua vida, aliás, continua fazendo.

Milton – Mas o que você vai fazer com ela?

Clarisse – Não sei, vou dar um jeito de calar a boca dela.

Clarisse saiu correndo escada a baixo e encontrou a empregada na calçada do prédio.

Clarisse – O que você tá pensando, garota? Que vai fugir do serviço assim?

Alcione – Eu já falei que to cansada, trabalhei muito esses dias.

Clarisse – Se você acha que vai sair por cima nessa história…

Alcione – Eu não acho nada, mas o seu Thiago vai achar…

Clarisse – Eu não vou fazer o teu joguinho!

Alcione – Que jogo? Não tem jogo nenhum. Dona Clarisse, já que a senhora é uma patroa tão boa, eu fiquei pensando assim… to muito cansada, não quero pegar ônibus, será que não dava pra me descolar uma graninha pro táxi?

Clarisse puxou uma nota de cinquenta reais da carteira e entregou a empregada.

Clarisse – Se vira com isso aí.

Em sua casa, Creusa tomava café com a síndica do condomínio, elas conversavam sobre as reformas que seriam feitas.

Orquídea – Então, nós vamos repaginar totalmente a frente do prédio…

Creusa deixou a xícara com café cair no chão.

Orquídea – O que foi?

Creusa – É só uma sensação estranha.

Orquídea – Deve ser seu estomago, veja a hora. Meio dia e nós tomando cafezinho.

Creusa forçou uma risada.

Na casa de Clarisse, Thiago chegara com Otávio e encontrara sua esposa pondo a mesa.

Thiago – O que é isso, amor?

Clarisse – O filho da Alcione ficou doente e ela teve que sair.

Thiago – Você cozinhou?

Clarisse – Não, ela deixou a comida pronta.

Thiago – Entendo…

Milton – Tá na hora do almoço?

Clarisse – Sim, Milton. Pode sentar-se.

Otávio – Mamãe, eu tirei nove na prova de inglês.

Milton – Nove? Só isso? Você tem que tirar dez, menino.

Clarisse – Não fale assim com o meu filho. Parabéns, pequenino.

A capainha toca. Clarisse faz uma expressão de surpresa.

Clarisse – Tá esperando alguém para o almoço, Thiago?

Thiago – Na verdade, sim.

Thiago fora a porta receber a pessoa. Minutos depois voltara com uma mala enorme e uma pessoa vinha logo atrás dele.

Clarisse – Carol?

Carolina – Clarisse, como você tá linda.

Otávio – Tia Carol.

Carolina – Tavinho, como você cresceu.

Milton – Filha, como vai?

Milton se levantou para dar um abraço na filha, mas esta o olhou de cima a baixo e recusou o abraço.

Carolina – Vou bem. [Disse se esquivando] Vejo que cheguei na hora certa.

Marina e Pedro estavam sendo perseguidos pelo bandido na estrada Porto de Galinhas – Recife.

Marina – Amor, to com muito medo.

Pedro – Relaxe, tem um posto policial mais adiante, lá eu faço o B.O.

Marina – Mesmo assim. Esse homem é um louco.

O homem deu um tiro que atingiu a parte envidraçada na traseira do carro. Pedro virou o rosto para olhar.

Marina – CUIDADO!

O carro estava fazendo trajetória onde seria uma curva e capotou no declínio.

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Caminhos Singelos | Capítulo 4

Creusa – Eu to com uma coisa ruim dentro de mim, acho melhor vocês ficarem por aí mais um tempo.

Marina – Deixa de besteira, mãe.

Creusa – Sangue de Cristo tem poder.

Marina – Mãe, vou sair com o Pedro.

Creusa – Deus te abençoe.

Marina – Amém!

Milton estava em casa, sentado no sofá assistindo a um jogo na televisão. Alcione preparava o almoço na cozinha, Clarisse saíra cedo, Thiago trabalhava e Otávio esta na escola.

Milton – Traz uma cervejinha aí, Alcione.

Alcione – Olha, seu Milton, dona Clarisse não deixou.

Milton – Dona Clarisse, dona Clarisse. Eu sou pai dela, eu mando aqui também.

Alcione – Eu não posso deixar o senhor pegar.

Milton – Olha, você é uma gracinha, mas eu não vou ficar na vontade.

Alcione – Fica longe de mim, seu Milton.

Alcione – Relaxe, pombinha.

O trinco destrancou e a porta abriu. Clarisse cruzou a soleira da porta e se deparou com seu pai partindo para cima de sua empregada doméstica.

Clarisse – O que está acontecendo aqui?

Alcione – É o seu Milton, dona Clarisse, ele quer tomar cerveja.

Clarisse – Milton, sempre o velho.

Milton – Que é? Eu não fiz nada.

Clarisse – Alcione, vai lá em baixo e pega a correspondência que esqueci.

Alcione – Ok, dona Clarisse.

“O que será que a Dona Clarisse faz quando o Milton apronta uma? Ela sempre me despacha!” pensou Alcione. “Dessa vez eu vou descobrir.”

Alcione fingiu que saia, mas apenas abriu e fechou a porta e continuou na cozinha, escutando tudo.

Clarisse – Por que você não aquieta o facho? Nem a minha empregada você respeita. O Thiago tá a um fio de te por para fora daqui e eu o apoio.

Milton – Eu só pedi uma cerveja.

Clarisse – Eu já falei que não quero ver você bebendo nunca mais. Mas você não ouve, é um estúpido.

Milton – Eu não vou largar minha cachacinha nunca.

Clarisse – Pois vai apanhar, vai apanhar muito!

Clarisse pegou sua bolsa e a joga contra Milton, batendo nele enquanto Alcione assistia.

Marina e Pedro tomavam banho na praia. Pedro a colocava no colo e levava-a para o fundo enquanto ela reclamava.

Marina – Para, amor.

Ela voltava para a maré e ele jogava água no corpo dela, compartilhavam ainda beijos salgados.

Pedro – Eca.

Marina – O que é “eca”?

Pedro – Sua língua tá salgada.

Marina – Mentira, é a sua.

Pedro – Vamos descobrir?

Então eles se beijaram novamente e novamente e novamente.

Marina – Te amo.

Pedro – Eu te amo muito mais.

Clarisse continuava a bater no seu pai, aumentando cada vez mais a força, até que ele conseguiu segurá-la e ela olhou para o lado.

Clarisse – O que você tá fazendo, sua anta?

Alcione – Então é isso que a senhora faz com o seu Milton?

Clarisse – Você não tem nada a ver com isso.

Alcione – Eu não consigo acreditar, logo a senhora. Com pinta de fina.

Clarisse – Isso é jeito de falar comigo? Não tem medo do medo do perigo.

Alcione – Acho que a única pessoa que tem algo a temer é você.

Clarisse – Tá louca é? Quer apanhar também?

Alcione – Não, obrigada. Acho que vou encurtar meu horário de trabalho. O almoço tá pronto, é só servir.

Alcione saiu com pose de madame do apartamento, o que deixou Clarisse louca.

Clarisse – Verme, tá vendo o que você fez?

Marina e Pedro já estavam se preparando para sair de casa, o carro voltava com muito mais bagagem do que na ida.

Pedro – Vambora?

Marina – Vamos sim, antes que a estrada fique perigosa.

Eles seguiram de carro pela estrada, passaram pelo posto de policiamento e alguns minutos depois avistaram um homem no meio da estrada. Pedro teve que frear.

Pedro – O que está acontecendo?

Homem – Cala a boca, é um assalto.

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Caminhos Singelos | Capítulo 3

Noêmia – Sabe o que eu vi nos olhos de vocês?

Pedro – O quê?

Noêmia – Uma chama crepitante.

Pedro – E isso é bom?

Noêmia – Não, sim, bem… talvez.

Marina – Como assim?

Noêmia – A chama é boa, quer dizer que há um sentimento forte em vocês.

Pedro – Isso é verdade.

Marina – Mas por que tem um lado ruim?

Noêmia – Chamas se apagam e quando crepitam, quer dizer que estão no fim.

Marina – Você tá insinuando que…

Noêmia – Mãe Noêmia não insinua nada, ela vê.

Pedro – Acho que é melhor encerrar a sessão por aqui…

Marina – Concordo.

Noêmia – Vinte reais.

Pedro – Mas a gente nem…

Marina – Deixa pra lá meu amor, paga logo.

Pedro puxou uma nota de vinte reias da carteira e saíram da tenda da charlatã.

Thiago se sentia mais relaxado sabendo que os seus cunhados logo viriam, ele sempre soube que Milton não fazia o tipo bom pai, mas daí querer bater numa filha de 35 anos era exagero.

Clarisse – Amor, eu estou indo pegar o Otavinho na escola.

Thiago – Pode deixar que eu vou, to morrendo de saudades do moleque.

Clarisse – Então eu vou contigo.

Thiago – Por quê? Precisa não…

Clarisse – Não quero ficar em casa com ele.

Thiago – Então vamos.

Marina e Pedro voltaram para o chalé onde iriam ficar, pois desde a visita a vidente, Marina ficou apreensiva.

Pedro – Ah, amor. Vai dizer que acreditou no que aquela charlatã disse?

Marina – Eu fiquei meio balançada mesmo.

Pedro – Mas tava na cara que era mentira dela.

Marina – Mesmo assim eu não quero que você conheça uma gostosinha na praia e fuja com ela.

Pedro – Eu não quero nenhuma outra, é você que eu amo.

Marina – Ah, to balançada.

Pedro – Vem cá…

Marina – De novo não!

Pedro – Só pra te animar…

Marina – Não, eu vou ficar assada desse jeito.

Otávio estava saindo da classe conversando com sua colega Maysa. Já estava na hora da saída e logo sua mãe viria buscá-lo, por isso precisava aproveitar o máximo de tempo com ela.

Otávio – Olha, meus pais já chegaram.

Maysa – Eu nunca tinha visto seu pai.

Otávio – Ele é aquele ali no carro cinza, é tal de Landerouver…

Maysa – Nunca ouvi falar. Tchau, Tavinho.

Otávio – Tchau, Maysa.

Tavinho pegou sua mochila e foi ao encontro dos pais.

Otávio – Painho!

Thiago – Eaí, filhão?

Clarisse – Quem é aquela menininha, filho?

Thiago – Garoto perigoso, já tá namorando.

Otávio – Não, pai. Ela só minha amiga.

Clarisse – Você ficou tão tristinho que ela é só sua amiga.

Thiago – Conta aí, quem é essa garota?

Creusa, mãe de Marina, já estava com saudades da filha, que há dois dias havia viajado para Porto de Galinhas com o marido e nem sequer tinha ligado. Decidiu fazer ela mesma.

Marina – Alô, mãe?

Creusa – Filha, há quanto tempo. Como é tudo aí?

Marina – Aqui é tudo muito lindo, mãe. Um sonho, depois a senhora tem que vir passar o fim de semana aqui, a paisagem é PER-FEI-TA.

Creusa – Deve ser mesmo. Você volta quando? Já to morrendo de saudades…

Marina – À tarde.

Creusa – Por que não deixam para vir no outro dia de manhã, que é mais tranquilo?

Marina – O Pedro tem que trabalhar e eu vou dar aula, mãe.

Creusa – Eu to com uma coisa ruim dentro de mim, acho melhor vocês ficarem por aí mais um tempo.

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Caminhos Singelos | Capítulo 2

Clarisse continuava a bater em seu pai, o velho tinha saúde fragilizada e começava a tossir. A porta se abriu e Thiago entrou com uma mala na mão.

Thiago – Posso saber o que está acontecendo aqui?

Clarisse – Pode sim, meu amor.

Ela começara a esboçar uma cara de tristeza e nojo e lágrimas começaram brotar.

Thiago – O que tá acontecendo, meu amor?

Clarisse – É o meu pai, ele chegou alcoolizado, pedindo dinheiro para beber mais, eu não dei e ele queria me bater. Eu tive que me defender.

Thiago Como é que é?

Milton – Thiago, não acredite em nada que ela diz. Ela tá mentindo, ela que queria bater em mim.

Clarisse – Como é que você consegue mentir assim na minha cara? Se não fosse meu pai te poria pra fora de casa.

Thiago – Clarisse, vai pro quarto. E você, Milton, toma um banho gelado e dorme. Quando você tiver sóbrio, a gente conversa.

Carolina andava no estacionamento do shopping com muitas sacolas na mão, ela morava no Rio de Janeiro. Entrou no carro, o telefone começou a tocar, era seu cunhado, Thiago.

Carolina – Alô, cunhadinho.

Thiago – Carol, ainda bem que você atendeu.

Carolina – O que foi, aconteceu algo com a minha irmã ou com meu pai?

Thiago – Não, mas quase aconteceu. Acontece que a situação tá crítica e eu preciso que você venha aqui.

Carolina – É tão sério assim? Diz-me o que é?

Thiago – Seu pai tá passando dos limites, ele precisa conversar com vocês três.

Carolina – O Rodrigo também vai?

Thiago – Eu vou ligar pra ele, ele vai ter que vir.

Carolina – Duvido, mas tudo bem, eu vou mesmo assim.

Thiago – Quando mais ou menos você chega?

Carolina – Daqui a três dias, pode ser?

Thiago – Tranquilo, vou ligar pro seu irmão agora.

Carolina – Tchau, cunha.

Pedro e Marina estavam saindo de casa. Iriam almoçar em um restaurante que servisse pratos com frutos marinhos.

Marina – Depois do almoço vamos dar um passeio na praia?

Pedro – Vamos sim, tem uma praia por ali que é cheia desses rippies e desse povo louco.

Marina – Que povo louco? Eles só seguem um estilo de vida alternativo.

Pedro – Pra mim, isso é loucura.

Marina – Bobalhão.

Pedro – Mas você ama esse bobalhão aqui.

Marina – Fazer o quê se ele é um bobalhão irresistível?

Rodrigo se encontrava em Curitiba, vivendo sua vida de vagabundo do jeito que gostava. O celular tocou na hora que seu Martini chegara, era seu cunhado certinho, Thiago.

Rodrigo – Falaê, Thiago.

Thiago – E aí, Rodrigo?

Rodrigo – Tudo na paz, fala aí o que te fez lembrar-se do teu cunhado.

Thiago – Eu preciso que você venha aqui em Jampa, a coisa é séria.

Rodrigo – shiiii, cunhado, posso não. To em Curitiba e ainda tenho um monte de coisa pra resolver.

Thiago – E quando é, no mínimo, que você pode vir?

Rodrigo – Sei lá, daqui a uns quinze dias, talvez vinte.

Thiago – Tudo isso?

Rodrigo – Fazer o quê.

Thiago – Mas venha mesmo assim.

Rodrigo – Falou, cunhado.

Marina e Pedro caminhavam ao redor da praia, abraçados ao sentir a maresia envolvendo seus corpos.

Marina – Olha que massa, amor, tem uma vidente aqui.

Pedro – Você acredita nessas coisas?

Marina – Nunca fui em uma pra saber.

Pedro – Vamo lá então.

Marina – Vamos.

Eles entraram na tendo de Mãe Noêmia e ela os recebeu de braços abertos, literalmente.

Noêmia – Bem vindos, filhos de Deus.

Marina – Obrigada.

Noêmia – O que vieram fazer aqui?

Marina – Um consulta convencional.

Noêmia – Sei… o que querem saber?

Marina – O futuro.

Noêmia – Sabe o que eu vi nos olhos de vocês?

Pedro – O quê?

Noêmia – Uma chama crepitante.

Pedro – E isso é bom?

Noêmia – Não, sim, bem… talvez.

Marina – Como assim?

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Caminhos Singelos | Primeiro Capítulo

Da garagem de sua casa, em Recife, Pedro colocava os pertences dele e de sua esposa, Marina, no porta-malas do carro.

Pedro AMOR, já tá tudo pronto.

Marina – To indo, espere só eu achar meus óculos de sol.

Pedro – Tá em cima da mesa de jantar, corre lá.

Marina – Pronto, peguei.

E ela surgiu no hall de entrada, linda, cachos ao vento e um sorriso estonteante no rosto.

Pedro – Linda.

Marina – São seus olhos. [Foi ao encontro dele e deu-lhe um beijo terno]

Pedro – Vambora?

Marina – Com certeza.

Pedro – Porto de Galinhas, aí vamos nós!

No apartamento de Clarisse em João Pessoa, Thiago havia ido a uma viagem de negócios em Recife, Otávio estava na escola e seu pai, Milton, ainda não chegara da gandaia.

Alcione – Dona Clarisse, o seu Milton tá subindo. O porteiro disse que ele não está sóbrio.

Clarisse – Tudo bem, Alcione. Vá à mercearia da outra rua e compra uns ovos para fazer quindim, por que o Thiago está chegando e ele adora.

Alcione – Mas ainda tem ovo na geladeira.

Clarisse – Esses aí são para outra coisa. Pegue o dinheiro em cima da minha mesa de cabeceira.

Alcione – Sim, dona Clarisse.

Milton cruzou a soleira da porta no exato momento em que Alcione saia pela porta de serviço.

Clarisse – Bonito, seu Milton. Morando de favor na casa da filha e ainda vira a noite na gandaia, seu velho imundo.

Milton – Não fale assim comigo, que eu sou seu pai.

Clarisse – Só se for no papel, por que para mim você merece a mesma atenção que eu dou para um mendigo na rua.

Milton – Olhe, sua ingrata. Se sua mãe ouvisse uma coisa dessas…

Clarisse – Não abra a boca para falar da minha mãe, seu estúpido.

Milton – E você não grite comigo.

Clarisse – É, eu vou parar de gritar sim, mas é por que eu vou te encher de pancadas.

Clarisse pegou o cinto da blusa que deixara cair no sofá e começou a bater no pai, ele conseguiu capturar o cinto, mas mesmo assim ela continuou socando-o e chutando-o.

Na Escola Machado de Assis, Otávio, filho de Thiago e Clarisse, saia do recreio junto a sua colega Maysa.

Otávio – Maysa, você acha que uma criança da nossa idade pode se apaixonar.

Maysa – Eu não sei, mas acho que sim.

Otávio – Você já se apaixonou?

Maysa – Eu acho que estou apaixonada, e você?

Otávio – Também, mas eu acho que essa menina nem imagina.

Maysa – Quem é?

Nesse momento Paulo apareceu na frente deles.

Paulo – Vocês não vão brincar de boneca hoje?

Otávio – Eu não brinco de boneca.

Paulo – E por que fica andando pra cima e pra baixo com uma garota?

Otávio – Eu gosto da companhia dela.

Professora Carmem – O que está acontecendo aqui?

Paulo – Nada, professora. Eu já to indo, tchau.

Marina e Pedro chegavam a Porto de Galinhas na altura do meio dia. Descarregaram o carro no chalé que alugaram para a ocasião e foram ver o quarto.

Marina – Meu amor, esse quarto é muito perfeito.

Pedro – Nosso primeiro aniversário de casamento, a ocasião merece.

Marina – Mas não precisava exagerar no chalé.

Pedro – Sabe-se lá quando vamos comemorar outro aniversário, temos é que curtir.

Marina – Vira essa boca pra lá, vamos passar muitos aniversários juntos.

Pedro – E que tal pensar no agora? [Ele foi se aproximando e agarrando-a por trás]

Marina – Agora não, Pedro.

Pedro – Agora sim, nem que seja só uma rapidinha.

Marina Seu bobo, vem cá.

E o casal se jogou na cama.

Clarisse continuava a bater em seu pai, o velho tinha saúde fragilizada e começava a tossir. A porta se abriu e Thiago entrou com uma mala na mão.

Thiago – Posso saber o que está acontecendo aqui?

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Caminhos Singelos estreia hoje!

Marina e Pedro vão comemorar seu primeiro aniversário de casamento ou suas bodas de papel em uma viagem para Porto de Galinhas. Desta viagem um dos não sairá vivo, por que a chama está crepitando.

“A chama é boa, quer dizer que há um sentimento forte em vocês.” Mas tem um porém: “Chamas se apagam e quando crepitam, quer dizer que estão no fim.”

Milton é um alcoólatra e mora com sua filha Clarisse que não gosta nada dele.

“Bonito, seu Milton. Morando de favor na casa da filha e ainda vira a noite na gandaia, seu velho imundo.”

Clarisse chega até a bater no próprio pai.

“É, eu vou parar de gritar sim, mas é por que eu vou te encher de pancadas.”

Mas seu segredo está chegando ao fim.

“Posso saber o que está acontecendo aqui?”

“O que será que a Dona Clarisse faz quando o Milton apronta uma? Ela sempre me despacha!” “Dessa vez eu vou descobrir.”

Não perca hoje, às 19hrs, o primeiro capítulo de Caminhos Singelos!

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